Ela apareceu-me no umbral da porta no derradeiro dia, para eu sentir pela última vez, a sua presença.
Demorou a sua chegada, como voos nervosamente
atrasados.
A bagagem carregada de fruta antes apanhada,
era o tempo de se ruminar com o encontro, que seria o derradeiro pesponto.
O olhar era frio e distante!
Como pode alguém apresentar esse semblante
quando horas antes, partilhamos o que diversas vezes soltamos.
Nem um sorriso desmaiado para amenizar a
partida que me deixa sempre esmorecido.
Nem uma palavra amiga que me fizesse abrir os
lábios para um último sorriso avantajado.
Nem um beijo de despedida, quando nem existiu
o da chegada. Para amortecer os lábios secos com o silêncio das horas que
passavam.
Nem simplesmente um gesto com a mão, para
acompanhar os poucos passos sem o carro como resguardo.
Ela fugiu-me sem a ter encontrado!
Era uma sombra do passado e uma
insignificante figura do presente.
Mas como nem tudo é mau, conquistei o descanso!
O alimento saboroso do meu corpo e o sossego
da minha mente.
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