Regressei com o bronze entranhado para
esconder as mazelas da vida.
Levava um país a ferro e fogo, onde todos se
lamentavam das desgraças dos outros e deixavam para amanhã, as soluções para
todos os desgostos.
E como
o amanhã pode ser tarde, voltamos ano após ano, a reviver filmes de desgraças,
onde cada um chora, umas lágrimas, mas esconde que, por Deus, comigo nada se
passa.
Ao regressar, encontrei um país com o mesmo
calor e ainda bem, sem a mesma desgraça!
Antes de retornar ao trabalho, passeei pela
cidade, sem antes caminhar pela floresta, que sorri com o seu verde de
esperança, para todos que desejam cá permanecer. Seja em férias, ou labutar desejosos
em segurar, a qualidade de vida, onde no seu país já não existe esperança.
É uma cidade virada para o turismo!
E com as esplanadas recheadas de turistas. Italianos,
Sérvios e Húngaros!
Seja em autocarros, ou carros particulares. Invadem
esta cidade e gozam o verde que as enormes montanhas protegem e, saboreiam a
frescura do rio e as mordomias para todas as bolsas, dos caminhantes em
procurar um Domingo que lhes alimentem o optimismo.
Na praça principal onde não falta os repuxos para
os miúdos se esticarem ao comprido e saltarem com a água fria. Deparei numa exposição
de tudo um pouco.
E parando uns minutos, foquei-me nesta foto!
Um sorriso de um bebé, mergulhado na beleza
de um conto de fadas!
Lembrei-me de todos os bebés, que desaparecem
na sombra de chamas incandescentes.
Em atentados que lhes roubam a vida, ainda a
dar os primeiros passos.
Em acidentes de viação, que lhes pararam para
sempre, a esperança de serem gente!
Passei adiante e, mais uma foto me chamou a atenção!
Mais um bebé e uma senhora idosa!
De brincos de ouro, grossos. Que lhes
esticavam as orelhas já cansadas de ouvir tanta asneira.
Recordei-me da minha avó, que também usava
esses brincos, mas não me lembro, de me estar a segredar ao ouvido.
Fiquei nostálgico e já nem vi o resto da exposição,
tão perto do rio que corria com a água barrenta, vinda das enormes montanhas
que por vezes, cortam o terrível vento.
Regressei a falar com os meus botões e a
pedir que as desgraças do mundo me passassem ao lado. Já que vou invernar no
meu labor que alimenta os filhos já gente e, me dá um conforto que, arduamente
aguento.
Sem comentários:
Enviar um comentário