domingo, 4 de novembro de 2018

Quem tem boca vai a Roma


Reservei o meu regresso pela Internet, como o fiz com a chegada a Portugal, por uns dias.
A chegada, sem problemas!
O regresso, manchado de desespero.
Obtive a confirmação, mas no sistema da companhia onde viajei, não constava a minha identificação.
Encaminharam-me para reclamar com a agência virtual. E adquirir novo bilhete era a única solução.
Num voo com uma escala, iria ser o cabo dos trabalhos.
Cheguei esbaforido a Düsseldorf e de novo no balcão da companhia, nada de registo surgia.
Desespero acentuado neste rosto que nunca se tinha visto numa situação tão delicada.
Enviaram-me para adquirir novo bilhete. Nos balcões com fila, que serpenteava de gente o Hall enorme da entrada.
Descobri alguém que falava a minha língua e num esforço titânico. Orei para ele me tirar um bilhete, junto da colega que percorria as vagas no ecrã do PC.
Voos completos e eu ainda agarrado ao meu TLM, com a confirmação do meu voo já pago e tão fugido dos dados informáticos. Numa razia pirata!
Sem voos e com o dia avançar perigosamente. Olhei à minha volta e o pânico instalou-se.
Que fazer neste momento?
De novo corri ao colega que me tentou ajudar e numa prece pedi, uma solução para voltar a casa, que logo no dia seguinte pela manhã, o trabalho chamava-me.
Levou-me à estação do trem bem perto do barulho dos aviões. E tirado o ticket para o meu destino, sigo numa viagem de cinco horas, rumo ao encontro de quem finalmente me vai levar a casa.
Vou reclamar, vou ripostar!
Vou dar todas as voltas e recuperar o dinheiro que se não o tivesse, ficava em terra, onde tentei aproveitar quatro dias de paz e alegria.
Longe de casa, esta minha segunda casa.
Longe de compreender a língua madrasta desta terra.
Longe de conseguir soluções imediatas para acalmar o desespero.
Consegui, qual tuga desesperado. Estar perto de casa. Tendo pelo meio almas caridosas, que me indicaram o caminho para o meu destino.
Ainda tenho umas horas num comboio a abarrotar de mochilas e malas grandiosas.
Muitos foram em mini férias. Regressam agora de rosto mais calmo e lábios rosados.
E logo eu, que não viajava década  comboio à longos anos.

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