domingo, 28 de junho de 2020

Da prancha sem heroísmo



A noite foi chuvosa e iluminada pela luz intensa dos raios assustadores que desenhavam linhas no céu escuro, como o destino que está traçado nas linhas das nossas mãos.
Pela manhã voltou o calor que sufoca a necessidade de respirar e só no arvoredo maciço, se busca o limpar do catarro maldito.
Caminhei tão rente ão lago, que os pés sentiam o húmido das folhas oferecendo-lhe a  suavidade do que busquei do nada.
A prancha dos mais afoitos em espaldar-se na água, estava convidamente adormecida. O ranger do seu balanço, era o silêncio da minha passagem.
Olhei-a por momentos e em segundos mergulhei num impulso!
Mergulhei no vazio do meu pensamento e o choque da água fria foi, o entupir o meu espírito.
Senti o meu regresso à tona sem sair do tronco redondo que servia de banco. Onde imaginava, todo este balanço.
Senti a pressão da água a reduzir a violação  da sua transparência e o lodo cobriu o meu inspirar, enquanto o meu mergulho se reduzia ao estático da gravidade.
Senti que quando mesmo jovem, os meus mergulhos eram rasos e curtos. Para rapidamente regressar à segurança do baixio dado que heróis, têm o mundo cravados em lápides húmidas de lágrimas escuras.
Dos trinta graus de ontem, aos de hoje. Só a frescura da água a cheirar ao húmido da terra, oferece a tranquilidade e a paz que mereço!
E continuo a gostar os dias para voltar à terra prometida!

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