sábado, 6 de junho de 2020

Sonhos ultrapassados



Sinto a imensidão do sossego.
Do levissímo correr da água do regato.
Do sussurro do vento no rosto, trazendo-me o aroma dos campos tão verdes, que mais apetece deitar neles e olhar o céu do limite do chão.
E a emoção do chilrrear minúsculo da passarada que se aventura a saltar dos ninhos. Faz-me ajoelhar para lhes oferecer o grito da esperança, que é o seu desafio para procurar o caminho para a sobrevivência.
Os minutos passam como dez passadas, pelos trilhos das montanhas. Densos, agora que o Verão se aproxima e os rebentos camuflaram as árvores inundando os passos de vegetação, que só os braços as afastam para ver fugasmente a galopada veloz, dos animais que nada desejam de nós!
As horas voaram com as centenas de passadas.
Num percurso suave que me trouxe de volta a casa.
Tenho o espírito purificado pela natureza ao pé da porta.
Tenho os sonhos ultrapassados dado que, os meus olhos vêem o que por vezes os sonhos não alcançam.

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