quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Afinal Quando Termina o Verão



Outubro, mês do cair da folha.
Mês das primeiras e grossas chuvas.
Mês dos primeiros agasalhos para evitar as gripes, que por esta altura ameaçam aqueles que teimosamente não se dão por vencidos e continuam a usar as roupas fresquinhas.
 Só que este Outubro não quis ficar atrás dos meses anteriores e toca a despontar com temperaturas de espantar.
Os rios secam enchendo-se de altas ervas daninhas, dando-lhes um aspecto abandalhado, de um selvagem impenetrável, com cheiros nauseabundos da putrefacção dessas mesmas ervas.
Os incêndios que para todos tinham sido felizmente menores e claro com menos prejuízos, já se esfregavam as mãos de satisfação. Nesta altura, reaparecem pelas altas temperaturas e consomem o pinhal, fazendo levantar os meios aéreos, quando já deviam estar aconchegados nos hangares para o efeito.
É o clima alterado, fala o povo em conversas de esquina, resguardados do sol debaixo dos toldos das lojas, que com a nova colecção exposta, pensavam obter os euros necessários. Mas o calor trocou-lhes as voltas e lançam olhares de ódio para o céu, que não anuncia o baixar da temperatura, normal para esta altura, que lhes garantiriam vender as botas até ao joelho e os casacos para agasalhar os braços cobertos pelas finas blusinhas.
É o desaparecer das estações falam os sábios da matéria, onde o Outono ameaça ser uma lembrança e passaremos, não vai levar muito tempo continuam eles a filosofar, a: sentir o Inverno mais alongado.
 A Primavera com mais dias soalheiros.
E o Verão com calor para além do que estamos habituados.
Enfim estamos na hera da mudança!
Muda o clima como se vê, devido à ganância desmedida de um mundo desesperado em saciar a sede aos humanos que nele habitam.
Muda o país para a desgraça a cada dia que passa e vai ser, o salve-se quem puder, porque a nau está a ir ao fundo.
Mudamos nós, porque temos que mudar para nos adaptar, a toda esta mudança feita numa correria louca que, ou: nos embrenhamos nela e agarramos as pontas e seguimos em frente, mesmo com todas as dificuldades inerentes. Ou então, nem no carro vassoura temos lugar para chegar ao fim e sentirmos que ainda podemos fazer parte desta mudança. 
 

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