segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Lembrei-me dos Dióspiros


O dia não está nada agradável!
A chuva depois de andar arredada das nossas vidas durante bastante tempo, agora é visita frequente, levando já todos aqueles que com preces diárias, invocavam sua vinda. Pensam agora, que já basta por algum tempo e a convidam amavelmente para se resguardar bem no conforto do céu que não tem limite.
Ouço na TV, o Ministro da Economia a dizer que o próximo ano será o ano da viragem e a retoma irá ser a realidade bem presente.
Fico confuso, já que o próximo ano se a memória ainda bem fresca não me atraiçoo-a. Será o ano do sugar os portugueses até ao tutano.
Minutos depois um comentador de política reage, dizendo que o Ministro cometeu um erro politico.
Então qual será a intenção do Ministro, ao anunciar um perigoso optimismo?
Talvez, injectando boas novas aos portugueses, para que eles tenham a certeza de que o seu esforço em prol do país, irá dar frutos, já no próximo ano. Para que em 2013 e por fim em 2014 se concretize finalmente a consolidação da retoma deste país.
Uns anos antes outro Ministro da mesma pasta e doutro partido disse precisamente o mesmo e pouco tempo depois caímos num fosso que ainda dele não saímos.
Os políticos são como os dióspiros. Vermelhos e madurinhos, mas quando os abrimos vê-mos o que de desagradável pode conter nas suas entranhas.
Queremos dióspiros maduros e prontos a saborear, sem bichinhos lá pelo meio. Assim sabemos o quanto eles são verdadeiros no seu agradável sabor.
Agora não precisamos de uns dióspiros, que dias antes se abrem e mostram com toda a certeza a longa e tenebrosa caminhada que temos que enfrentar para acertar as miseráveis contas deste país. E dias depois, vem o Ministro da Economia, com cem dias de titular da pasta, oferecida num convite que cruzou o oceano, trazendo-o para cá depois de alguns anos longe da nossa realidade, dar largas a uma certeza cheia de tantas incertezas que vai passar a ser motivo de chacota.
Deus permita que não. Mas estou em crer que mesmo ele, não lhe dará razão.

  

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