domingo, 21 de outubro de 2012

O Sol Acompanha-me



A tarde está cheia de sol num país que já se revestia de mantas quentes para receber o inverno.
O sol é o esplendor da vida!
Depois de uma semana dura mais psicológica do que física, nada melhor que espalmar este corpo no relvado verdejante do lago enorme a abarrotar de famílias inteiras, admiradas com este sol, que aquece o mais frio dos corações.
O tempo passa nestas andanças por cá e como a rotina já balança na minha mente, o importante agora é assimilar os conhecimentos para não se cometer os erros que já não são tao tolerantes.
As notícias, vindas do país que me viu nascer e me fez fugir dele, dado que virou as costas à maioria da população. Não são nada abonatórias, bem pelo contrário o que me revolta imenso e me deixa com um rancor aos políticos desprezíveis que governam (e governaram) o nosso belo país cheio de sol, praias maravilhosas e montanhas tao alegremente escaladas.
Enquanto isso vou andando pelo meio dos calmeirões e calmeironas alemãs. Que nos vêm como os desgraçados que trabalham para eles, mas que no fundo, até são boas pessoas.
Ontem por causa desta língua ingrata, difícil como o raio, ia metendo o pé na poça e lá se ia um punhado de euros, tao difíceis de ganhar.
Divertia-me depois da semana e também para afugentar as saudades.
O bar estava cheio!
Mulheres para todos os gostos sem complexos e até um pouco espampanantes para uma mentalidade ainda a adaptar-se a novos costumes.
 Uma estava de calções de couro e um top de couro. Alta, como são a maioria das alemãs, Cabelo loiro pintado curtíssimo e branca dos pés á cabeça. Dentro daquelas miseres tangas de couro.
Divorciadas e agarradas umas às outras deixando suspeitas, que ao longo da noite se confirmaram.
Outras, deixam o marido em casa amparados por grades de cervejas e vão curtir a noite ao bar próximo que encontram.
Outras mais, com os namorados e na pista a roçar o corpo em quem lhes agrada e não se passa nada.
Mentalidades, mentalidades!
 A dada altura o DJ, estava a leiloar uma bandeja de taças de champagne e eu não sabia porque nada entendia e via gente a levantar o braço e pensava que era para dar mais emoção na pista (estamos fora do nosso meio e seja o que Deus quiser).
Então levantei o braço ao mesmo tempo que pedia ao meu colega que traduzisse ele sabe bem alemão, foi a minha sorte!
Nisto o DJ, aponta para mim e logo o meu colega diz: pára pá, atenção que estás a leiloar o champagne e já vai nos 30 euros!
Eu logo fiz sinal ao DJ, que não e ele compreendeu (foi a minha sorte) e alguém rematou aquilo, quem tinha licitado antes de mim.
São histórias que se vão acumulando enquanto eu sinto a arte a entrar no corpo. E a distância em estar com quem mais quero, a diminuir a cada semana que se risca no calendário cá do sítio. Cheio de anotações, que mais se assemelha a uns enormes sarrabiscos feitos pelas crianças das nossas creches.


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