domingo, 14 de outubro de 2012

Saudades.....



A manhã nasce fresca como uma alface e como sabe bem repousar para recuperar do esforço despendido numa semana sem tréguas.
Sinto saudades!
Saudades de assistir aos jogos do pequenote e vê-lo, leve levezinho. Correndo para o cesto e zás. A bola rolando no aro e escorregando pela rede e dois, quatro….. dez! Lindo aquele menino, fazendo cestos como se nada fosse e eu, pai todo babado, saltando alegre nas bancadas, emocionado como uma criança.
Saudades de o abraçar e de lhe morder o nariz carinhosamente, um tique que marcava as nossas brincadeiras acabando por rolarmos no chão felizes e cansados de: ele esconder o nariz e eu a todo custo apanhá-lo e pumba, mordidela pela certa!
Saudades da filhota já uma mulher.
Bela e elegante quanto baste. Numa idade ainda pura, mas já deixando a criança para trás.
Necessitando de amar e de ser amada. Mas relutante na escolha do príncipe encantado.
Esforçada nos estudos e muito despachada nas respostas, quase adivinhando o que lhe perguntam, já que a resposta está sempre na ponta da língua.
Ultimamente um pouco fugida do meu carinho, talvez sentindo a pressão da minha instabilidade profissional.
Saudades do mais velho!
Homem feito de barba rija. Um pouco metido consigo próprio, escolhendo o seu canto e com ele criando o seu mundo à sua medida e feitio.
Muito parecido comigo quando tinha a sua idade por isso entendo muito bem o que ele procura. Tanto no aspecto profissional, como claro está, no sentimental.
Não dá problemas. Afasta-os para não virem direito a nós pais e é sempre de realçar neste mundo carregado de perigos ao virar de qualquer esquina.
Atingiu o ponto do rebuçado, ou seja o final do seu curso superior e agora doutor, só espero que deite os corninhos de fora e faça-se à vida, pondo em prática a sabedoria angariada ao longo destes anos.
Tenho saudades de quem amo!
Ainda era um jovem, quando a vi e disse para mim próprio, que iria ser a mulher da minha vida.
Corri para a apanhar e apertá-la contra o meu peito, com os meus braços fazendo de escudo para não mais sair do meu pé.
Hoje caminhamos juntos ao longo de anos que fizeram nascer um jardim sem fim. Com rosas perfeitas, salpicadas de finíssimos fios de ouro. Que queimavam as ervas daninhas que teimavam brotar nos cantos de difícil acesso.
Agora estamos longe um do outro. Mas como a distancia só afugenta os desprovidos de amor. O meu coração de tanto bater ao recordar os maravilhosos momentos que já passamos, de um salto está junto ao dela e entrelaçados bombeiam a paixão que ainda brota do nosso jardim.




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