A manhã
nasce fresca como uma alface e como sabe bem repousar para recuperar do esforço
despendido numa semana sem tréguas.
Sinto
saudades!
Saudades
de assistir aos jogos do pequenote e vê-lo, leve levezinho. Correndo para o
cesto e zás. A bola rolando no aro e escorregando pela rede e dois, quatro…..
dez! Lindo aquele menino, fazendo cestos como se nada fosse e eu, pai todo
babado, saltando alegre nas bancadas, emocionado como uma criança.
Saudades
de o abraçar e de lhe morder o nariz carinhosamente, um tique que marcava as
nossas brincadeiras acabando por rolarmos no chão felizes e cansados de: ele
esconder o nariz e eu a todo custo apanhá-lo e pumba, mordidela pela certa!
Saudades
da filhota já uma mulher.
Bela e
elegante quanto baste. Numa idade ainda pura, mas já deixando a criança para
trás.
Necessitando
de amar e de ser amada. Mas relutante na escolha do príncipe encantado.
Esforçada
nos estudos e muito despachada nas respostas, quase adivinhando o que lhe
perguntam, já que a resposta está sempre na ponta da língua.
Ultimamente
um pouco fugida do meu carinho, talvez sentindo a pressão da minha
instabilidade profissional.
Saudades
do mais velho!
Homem
feito de barba rija. Um pouco metido consigo próprio, escolhendo o seu canto e
com ele criando o seu mundo à sua medida e feitio.
Muito
parecido comigo quando tinha a sua idade por isso entendo muito bem o que ele
procura. Tanto no aspecto profissional, como claro está, no sentimental.
Não dá
problemas. Afasta-os para não virem direito a nós pais e é sempre de realçar
neste mundo carregado de perigos ao virar de qualquer esquina.
Atingiu
o ponto do rebuçado, ou seja o final do seu curso superior e agora doutor, só
espero que deite os corninhos de fora e faça-se à vida, pondo em prática a
sabedoria angariada ao longo destes anos.
Tenho
saudades de quem amo!
Ainda
era um jovem, quando a vi e disse para mim próprio, que iria ser a mulher da
minha vida.
Corri
para a apanhar e apertá-la contra o meu peito, com os meus braços fazendo de
escudo para não mais sair do meu pé.
Hoje
caminhamos juntos ao longo de anos que fizeram nascer um jardim sem fim. Com
rosas perfeitas, salpicadas de finíssimos fios de ouro. Que queimavam as ervas
daninhas que teimavam brotar nos cantos de difícil acesso.
Agora
estamos longe um do outro. Mas como a distancia só afugenta os desprovidos de
amor. O meu coração de tanto bater ao recordar os maravilhosos momentos que já
passamos, de um salto está junto ao dela e entrelaçados bombeiam a paixão que
ainda brota do nosso jardim.
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