domingo, 4 de novembro de 2012

Com ou Sem Portas Temos Estátua



Barcelos trouxe o nosso D. Nuno, aquele que seria o nosso rei (valha-nos Deus), para a inauguração da estátua de homenagem a S. Nuno de Santa Maria.
E também aterrava cá na terra do galo, para as honras da inauguração, o malabarista da política Paulo Portas, aquele que enquanto era oposição percorria as feiras de chapéu de palha e boina à caçador. Dando beijinhos às idosas, sempre preocupado com as magras pensões que os pobres coitados auferiam e hoje no governo faz ouvidos de mercador e encostou os velhotes às soleiras das humildes casas, fazendo contas à vida e amaldiçoando este ministro dos abraços falsos como judas.
E como ele se tem aguentado no governo, escondido entre as costas forradas do Coelho e as ordens do Gaspar, como só os cobardolas fazem. À última da hora, resolveu por imperativos do já gasto pretexto, não comparecer na dita inauguração da estátua cá na nossa terrinha.
Assim perdeu o brilho tão afamada inauguração que durante a semana deu água pela barba, aos indignados pela sua vinda e aos opositores pela dita inauguração.
Mas não faltaram as forças vivas da região e os visitantes ilustres que logo que se apresentaram ao autarca barcelense, nem tiveram tempo de se virarem para a multidão e presentear-lhos com um sorriso de circunstância. Porque a mesma multidão abriu a boca, não de espanto, mas de revolta e toma lá das boas. Piropos e mais piropos que deram um tom avermelhado às bochechinhas da sub secretária que tomou o lugar do amedrontado Portas. E deixou as orelhas a arder do nosso presidente sempre petulante, chova ou faça sol.
Vieram os discursos. O presidente da Santa Casa, abriu os cordoes à bolsa, para patrocinar, esta honra a S. Nuno de Santa Maria.
Só a Santa Casa, sempre pronta para auxiliar, os que precisam de ser perpetuados. Enalteceu o papel do Santo cheio de virtudes e heroísmo, numa época onde a esperança de vida era demasiado curta, mas dava tempo para muitos se converterem em espalhar a palavra de Deus, depois de anos a matar quem lhe aparecia pelo caminho, já que soldado é para tirar vidas antes que lhe tirem a sua.
Outros mais se seguiriam, mas o povo persistente nos seus audíveis protestos, contra a Troika, nome de filme de terror que não deixa a nossas salas de cinema. E contra  este governo, outro filme de terror que a cada clik na TV, lá estão de punho cerrado  a exigir  os dedos já de unhas bem ruídas, porque os anéis lá se foram ainda a crise era uma criança. Abafou quem já tinha trazido trabalho de casa, obrigando a que os rascunhos não saíssem do bolso do lenço da mão.
Para terminar o que se tinha iniciado num clima de protestos e antes que pudesse acontecer algo que manchasse a cerimónia. Ouviu-se os tiros dos canhões, numa mini parada militar, virados para o turismo, quem sabe a aguardar os clientes distintos.
Pronto lá ficou a estátua bem ao lado do nosso galo, com uma colorida coroa de flores, a aguardar que a passarada a cubra de caca, fazendo dela o poiso para iniciar a caçada.
    
 
 

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