sábado, 5 de julho de 2014

Abrem-se as portas aos Tambores




 
Os tambores dão azo á festa.
É o matraquilhar incessante num ritmo desenfreado, que impulsiona a minha cabeça e a envolve numa sacudidela contínua, acompanhando a batida ruidosa que parece não ter fim.
Os tambores não dão música e a festa é outra.
Os tambores são bombas. Não de festejos, mas de estilhaçar as rochas.
Mesmo parando as bombas, os tambores continuam como martelos gigantes estilhaçando os enormes bocados que tombaram sem vida nos trilhos, que serão limpos pelas mãos humanas esfarrapadas e golpeadas. Formando dolorosas linhas alterando o destino da minha sina.
Os tambores nem pela noite cessam.
Mesmo com o corpo martirizado pelo cansaço e a almofada fofa para acolher a cabeça como o regaço do descanso. Eles fazem-se ouvir no sono profundo, que o caminhar das horas o impele.
Mas existem dias, aguardados com enorme expectativa. Onde os tambores viram o disco mas não tocam
o mesmo.
Aí as batidas são harmoniosas, graciosas. Raiam a felicidade e aceleram o meu frágil coração,
É a romaria da minha vida. Que percorre as ruas do meu destino e dá-me cadência permanente.


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