Os tambores dão azo á festa.
É o matraquilhar incessante num ritmo
desenfreado, que impulsiona a minha cabeça e a envolve numa sacudidela contínua,
acompanhando a batida ruidosa que parece não ter fim.
Os tambores não dão música e a festa é outra.
Os tambores são bombas. Não de festejos, mas
de estilhaçar as rochas.
Mesmo parando as bombas, os tambores
continuam como martelos gigantes estilhaçando os enormes bocados que tombaram
sem vida nos trilhos, que serão limpos pelas mãos humanas esfarrapadas e
golpeadas. Formando dolorosas linhas alterando o destino da minha sina.
Os tambores nem pela noite cessam.
Mesmo com o corpo martirizado pelo cansaço e
a almofada fofa para acolher a cabeça como o regaço do descanso. Eles fazem-se
ouvir no sono profundo, que o caminhar das horas o impele.
Mas existem dias, aguardados com enorme
expectativa. Onde os tambores viram o disco mas não tocam
Aí as batidas são harmoniosas, graciosas.
Raiam a felicidade e aceleram o meu frágil coração,
É a romaria da minha vida. Que percorre as
ruas do meu destino e dá-me cadência permanente.
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