sexta-feira, 20 de março de 2015

Bem longe do nosso Olhar, mas tão perto do dia de Amanhã




Os dias mudam esperando a alteração das estações e nada mais nos resta, do que nos adaptar às suas oscilações.
A rotina é um cancro. Cola-se ao nosso corpo e guia-nos pelos trilhos doridos da vida, esperando um esgar de alívio, quando encontramos uma saída sem obstáculos, que nos relaxa os passos.
Ao mais indicio de me libertar dessa rotina incessante, logo abraço a ternura de um sorriso. A beleza de um olhar.
Que alivio, que doçura!
É o sol que se abre, mesmo tendo o céu carregado de nuvens negras.
É a chuva que logo abranda, deixando-me abrigar no calor dos teus anseios.
E tudo pára quando a gente caminha pelas emoções e descansa depois de descarregar a loucura dos desejos.
Mas o tempo não dá tréguas e avança sem regras!
Obriga a largar as mãos, dantes tão comprimidas pela doçura dos nossos carinhos.
E embora os braços se estendam pelas montanhas ingremes aproveitando os tuneis esculpidos, para continuarmos enlaçados. Somos obrigados a soltar o que fisicamente nos une, restando-nos a sombra da nossa imagem para consolar a inevitável viragem.
Ficam os momentos, gravam-se os sentimentos. Para nos animar os dias que vivemos afastados. Bem longe do nosso olhar, mas tão perto do dia de amanhã!

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