Os dias mudam esperando a alteração das estações
e nada mais nos resta, do que nos adaptar às suas oscilações.
A rotina é um cancro. Cola-se ao nosso corpo
e guia-nos pelos trilhos doridos da vida, esperando um esgar de alívio, quando
encontramos uma saída sem obstáculos, que nos relaxa os passos.
Ao mais indicio de me libertar dessa rotina
incessante, logo abraço a ternura de um sorriso. A beleza de um olhar.
Que alivio, que doçura!
É o sol que se abre, mesmo tendo o céu carregado
de nuvens negras.
É a chuva que logo abranda, deixando-me
abrigar no calor dos teus anseios.
E tudo pára quando a gente caminha pelas emoções
e descansa depois de descarregar a loucura dos desejos.
Mas o tempo não dá tréguas e avança sem regras!
Obriga a largar as mãos, dantes tão
comprimidas pela doçura dos nossos carinhos.
E embora os braços se estendam pelas
montanhas ingremes aproveitando os tuneis esculpidos, para continuarmos
enlaçados. Somos obrigados a soltar o que fisicamente nos une, restando-nos a
sombra da nossa imagem para consolar a inevitável viragem.
Ficam os momentos, gravam-se os sentimentos. Para
nos animar os dias que vivemos afastados. Bem longe do nosso olhar, mas tão perto
do dia de amanhã!
Sem comentários:
Enviar um comentário