sábado, 11 de abril de 2015

Corria como um Tolinho




Ele só queria aproveitar as poucas horas que permanecia no seu país para sentir o palpitar do coração ao ver a sua joia.
Corria como um tolinho logo que chegava, depois de quase sete horas de viagem. Para os braços da Julieta sua amada.
Nada mais interessava do que galgar os vinte e tal quilómetros, rumo ao consolo de um sorriso e ao descanso de um coração.
Engolia o jantar preparado pela mãe já gasta pelos anos (e muitos), passados a fazer sempre de tudo. Para numa enfiada aparecer na casa da namorada.
E nessa noite tudo se repetiu, só com uma enorme carga de ansiedade: iria ser a última durante longos dias. Muitos mais do que até agora eram suportados.
Apareceu quase de surpresa já, que o alongar da distância que iriam permanecer bem longe de cada alma. Tinha deixado na véspera enormes desconfianças.
Ela ali estava, vestida como andava na lida da casa!
Que maravilha de mulher!
Bem mais bela (já de si belíssima), do que aparecia diante dos meus olhos, aperaltada e soltando levemente o aroma do perfume francês.
Aqui, soltava o aroma da tarde que o trabalho a obrigava.
Olhou-a vezes sem conta.
Confessou-lhe que era mais bela assim, deixando vestígios de andar pelo jardim, que lhe adocicava o rosto e polvilhava a roupa, com pequeníssimos salpicos de arvoredo.
E foi junto ao arvoredo que se deu a mágica noite que perdurará no tempo.

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