domingo, 11 de junho de 2017

Tem um sorriso do tamanho do meu Desejo




Bebo um maduro do Douro, da Azinhaga do Ouro, neste fim de tarde quente e abafado.
Agora a frescura regressa e as montanhas oferecem-me, um ventinho delicioso, que refresca o meu corpo e faz-me sorrir de novo.
Recuperei de uma noite bem longa, que me fez voltar já o dia se abria, para o calor que não tardava.
Bares repletos de alegria, música e, alguns exageros. Em gente que quer conseguir tudo em meia dúzia de horas, talvez para esquecer os dias que os obrigam, á maldita rotina.
O Verão é fértil em festas e romarias e por cá é um misto de algaraviada em todas as línguas.
É um folguedo louco!
Esbarrei-me com um grupo de Espanhóis, com uma jovem belíssima, que era o centro das atenções dos colegas já bem bebidos.
Encostei-me a uma mesa num bar a abarrotar de gente louca. Onde uma Italiana, falava pelos cotovelos e deixava-se convencer por um homem babado e acabaram por sair lado a lado.
Não parei de tirar os olhos de uma Austríaca, tão branca como a neve. Que ainda cobre os montes que tocam o céu e por aí fiquei, até que o bar encerrou.
Tem um sorriso do tamanho do meu desejo, mas só ficamos por pousar o olhar por momentos, que se multiplicaram pelas horas que lá passei.
Ainda presenciei uma senhora, com idade para ter mais juízo, ser levada em ombros, arrumando a multidão que não deixava um lugar vago. Num coma alcoólico, que só a pronta intervenção da Emergência, a fez voltar a sentir que nem sabia como ali tinha chegado.
Mas como a noite ainda era uma criança, dei uma saltada a outra banda.
Aí a juventude é rei e senhora!
Encostam-se, dançam e deixam-se abraçar sem dar esperanças.
É uma trabalheira para os seguranças, em por fora aqueles que já nem se seguram de pé. E sem causar grandes alaridos, a noite passa com a música da moda a ser repetida e a deixar a garotada, a desejar ter a sua noite para recordar.
Regressei com aquele sorriso num rosto branco, que me acompanhou pelo resto da noite.
Ainda o juntei a um outro. De uma jovem que se acomoda a um canto, para que o meu a encontre e a leve a vir ao meu encontro, de uma forma que desvie a última barreira.

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