Bebo um maduro do Douro, da Azinhaga do Ouro,
neste fim de tarde quente e abafado.
Agora a frescura regressa e as montanhas oferecem-me,
um ventinho delicioso, que refresca o meu corpo e faz-me sorrir de novo.
Recuperei de uma noite bem longa, que me fez
voltar já o dia se abria, para o calor que não tardava.
Bares repletos de alegria, música e, alguns
exageros. Em gente que quer conseguir tudo em meia dúzia de horas, talvez para
esquecer os dias que os obrigam, á maldita rotina.
O Verão é fértil em festas e romarias e por
cá é um misto de algaraviada em todas as línguas.
É um folguedo louco!
Esbarrei-me com um grupo de Espanhóis, com
uma jovem belíssima, que era o centro das atenções dos colegas já bem bebidos.
Encostei-me a uma mesa num bar a abarrotar de
gente louca. Onde uma Italiana, falava pelos cotovelos e deixava-se convencer
por um homem babado e acabaram por sair lado a lado.
Não parei de tirar os olhos de uma Austríaca,
tão branca como a neve. Que ainda cobre os montes que tocam o céu e por aí fiquei,
até que o bar encerrou.
Tem um sorriso do tamanho do meu desejo, mas
só ficamos por pousar o olhar por momentos, que se multiplicaram pelas horas que
lá passei.
Ainda presenciei uma senhora, com idade para
ter mais juízo, ser levada em ombros, arrumando a multidão que não deixava um
lugar vago. Num coma alcoólico, que só a pronta intervenção da Emergência, a
fez voltar a sentir que nem sabia como ali tinha chegado.
Mas como a noite ainda era uma criança, dei
uma saltada a outra banda.
Aí a juventude é rei e senhora!
Encostam-se, dançam e deixam-se abraçar sem
dar esperanças.
É uma trabalheira para os seguranças, em por
fora aqueles que já nem se seguram de pé. E sem causar grandes alaridos, a
noite passa com a música da moda a ser repetida e a deixar a garotada, a
desejar ter a sua noite para recordar.
Regressei com aquele sorriso num rosto branco,
que me acompanhou pelo resto da noite.
Ainda o juntei a um outro. De uma jovem que
se acomoda a um canto, para que o meu a encontre e a leve a vir ao meu encontro,
de uma forma que desvie a última barreira.
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