Pela minha varanda assistia a um momento
maravilhoso!
Um pato do vizinho ao lado, é só a estrada
que nos separa. Encontrou uma pata brava, que se deu de amores por ele.
E diariamente, encontravam-se no terreno do
dono dele (ou já lá estavam juntos), para depois virem para o terreno onde fica
a minha varanda. E nessa extensão enorme de erva fresca, procurarem o alimento
desejado.
Quando o final do dia chegava e coincidia com
o meu regresso do trabalho, era vê-los parados, no início da estrada. Até que tivessem
a certeza, que podiam atravessar para o lado onde passavam a noite.
E lá atravessavam os dois bem juntinhos, que
beleza!
Ele branco com umas ligeiras manchas negras. Ela
toda acastanhada bem mais pequena.
E durante dias a fio, esperávamos pacientemente
que eles se aproximassem da estrada, para assistir à maravilha de assistir eles
atravessarem. Depois de pacientemente terem a certeza que nenhum obstáculo os
impedia de a atravessar com segurança.
Um dia. Existe sempre um maldito dia!
Andavam
eles por entre as ervas altas do balado, que cerca a casa onde vivo na procura
de caracóis tenros.
O pato talvez já saturado de encher o papo e quem
sabe, cansado de a chamar. Resolveu atravessar a estrada, para regressarem.
A pata, ficou ainda embreada nas ervas altas
do balado (filmava tentando que ela saísse e fosse até ao pé da estrada a uns
metros de onde estava).
Nisto parei de filmar e…………….
Catastrófico!
A patita atravessou. E apercebendo-se que
alguns ciclistas aproximavam-se pela ciclovia que atravessa a entrada do seu
recanto, parou a meio da estrada, para que eles passassem e desgraçadamente um condutor
mais preocupado com os ciclistas na cavaqueira, enquanto pedalam para aliviar as
preocupações diárias. Passou-lhe por cima literalmente!!!
Que dor para nós que assistíamos da varanda!
Que momento terrível. Ver a pata destroçada
mesmo no meio da estrada!
Durante dois dias, o pato não parava de a
chamar. Era doloroso ouvir os seus apelos para a ver ao seu lado.
A varanda deixou de nos oferecer a maravilha
de dois animais atravessarem a estrada, numa beleza que nos alegrava depois de
um dia estafante.
A varanda deixou ser um prazer. Passou a ser
uma recordação dolorosa!
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