Enquanto o tempo permite e a chuva
desapareceu por umas horas, caminho da cidade até à porta.
A humidade assombra a calçada, com o povo a
tentar fugir do que poderá vir, com passo apressado, fazendo pela vida, a sua
normal rotina.
Na cidade recuperei um pouco do que perdi. E
admirei um olhar, que já há algum tempo não me fazia bloquear.
Arrisquei caminhar, quarenta e cinco minutos
pela mata.
Já faz parte do meu ritual semanal.
É majestoso, oferece-me algo tão simples, para
limpar um pouco o meu destino.
E qual não foi o meu encanto, quando dou por
mim a caminhar ladeado pelas encantadores flores silvestres, ainda a lutar pela
já presente intempérie.
Nesse tempo, que cobria o céu de nuvens
negras, avistei três pessoas.
Uma, caminhava apressado de guarda-chuva
debaixo do braço, porque se tocasse a tempestade, nem o guarda-chuva o salvava.
Outro, parou ainda eu, vinha longe!
Fiquei curioso! Será que o homem não entende
que chover pode ser a qualquer momento.
Ao cruzar-me com ele, deparei que o telemóvel
era naquele instante, o mais importante do que qualquer tormento!
O outro, equipado dos pés à cabeça, pedalava
velozmente para resguardar-se. Mas cumprimentou-me cordialmente.
E por fim, cheguei são e seco a casa!
Ainda tive tempo de recuperar um olhar que me
fez imaginar, deixando que a imaginação saísse em palavras bem audíveis!
Mas, só a Natureza era testemunha e de
certeza se ria do meu romantismo!
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