domingo, 5 de maio de 2019

De novo o Céu


De novo voltei a estar de caras com o céu.
Farto de nuvens enormes brancas, tão baixas que por vezes se esbarravam com o cume das montanhas.
Subi mais e mais e larguei as montanhas, ultrapassando essas nuvens e ficando a dois braços de sentir o azul do céu.
Mais subi, porque, para chegar ao meu destino, andei agarrado a esse céu durante quatro horas.
Senti o céu alemão com nuvens negras, que o branco, só atenuava a vontade de elas descarregaram a saraivada.
O céu holandês, branquinho como bolas do fumo de haxixe, onde libertar uma centena delas é legal e, faz rir.
Foi aí que pousei e voltei a partir!
Larguei o céu por momentos e aguardei três horas rumo ao destino.
O verde enche os campos, com os lagos a desenharem braços enlaçados nos enormes campos. Num emaranhado que vai para além do que a vista alcança.
As casas típicas do país das tulipas, tão ordenadas e colocadas sob esquadria. Lembram os contos de fadas pela beleza que soltam, sob a paisagem maravilhosa.
As estufas são como enormes pavilhões. Não existem os farrapos da têxtil, como se plantam no nosso país.
Mas o arco-íris das tulipas que refletem essas cores em redor das paredes transparentes.
A tarde voa como os aviões que assisto pela vidraça do aeroporto.
Espero com um sorriso, a minha hora de embarcar.
Foi mais um que conheci.
Enorme como uma estação espacial.
As naves vão e vêm.
O mundo encontra-se por aqui.
São tantas vozes em inúmeras línguas, entoando cânticos esquisitos, enquanto correm para encontrar o canto do embarque. Num labirinto de passarele em tijoleira e tapetes rolantes, para os mais desgastados pela vida.
O céu já se esconde na noite que vai tomar conta do nosso destino.
Mas vou continuar a senti-lo e a tocar-lhe com o olhar, da janela que tive a sorte de me oferecer tamanha beleza.
Seja na França ainda a chorar as brasas de Notre-Dame.
Em Espanha vinda de eleições onde ficou tudo como dantes.
E Portugal, onde o partido da família, ameaça terminar essa congregação. Depois dos chamados amigos trairem-no na votação.


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