domingo, 20 de fevereiro de 2011
Domingo Molhado, Disposição Lamacenta.
Triste domingo, cheio de pegadas invernosas que chapinhavam a roupa e tingiam de escuro as unhas dos pés devido às peúgas húmidas de calçado que já não suporta chuva dias e dias a fio.
Ficamos pregados ao lar, enfiados nos sofás, sentindo o bater da chuva nas janelas por trás das costas que dão luz até existir dia.
Tenho que sair, ir a algum lado. Não suporto ficar preso ao rastilho caseiro, para isso já me acomodei tempo demais.
Fim da tarde, princípio da escapadela. Vou à procura de um jantar romântico encostado às dunas da praia do costume, num cantinho bem gostoso e rodeado de espetadas de lulas com gambas a abrir o apetite e a deixar os lábios lambuzados.
Falamos da vida e dos rebentos que deixam espinhos cravados na nossa paciência.
Quanto mais velhos piores e claro o mais velho é o causador da oscilação familiar, porque pensa que, o que pensa é, o que está correcto.
Levar um valente puxão de orelhas é o mais certo na altura do tudo ou nada para que ele entre na realidade em que vivemos. E passe a ser útil, principalmente para ele próprio.
Acomoda-se ao canto do computador onde passa horas e horas a basculhar a estupidez de passar o tempo.
Nada cria e como tal pouco transforma as ideias em actos.
Atrofia-se nos jogos apalermados que só viciam os gestos e gangrenam os membros.
Acomoda-se ao básico, esperando que os outros façam por ele as obrigações celestes de cada um.
Não tem carta, quando lhe foi oferecida, mesmo sem comemorar aniversário.
Não tem namorada que deixe marcas, porque o seu coração vive para o esperar que venham lhe bater à porta.
Tem inteligência, mas deixa-a ir pela sanita abaixo.
Ainda pensa que os pais têm obrigação de o manter, refugiando-se nesse pressuposto para tentar levar a água ao seu moinho. Não discernindo, que o tempo dos moinhos de vento vingaram na época de se correr atrás das buchas do pão para toda a família.
Vive fora da realidade, mas logo, logo entra nela, porque a paciência esgotou-se e a disciplina impõe-se.
Já é maduro em idade, mas meu Deus: um chulinho na oportunidade.
É o primogénito e como tal, não poderá ser um mau exemplo para a restante canalhada, que o usa para se refugiar nas desculpas esfarrapadas.
Ponto final neste garoto crescido, que terá de uma maneira ou de outra, virar homem para ir a tempo de enfrentar o futuro que já é difícil para os mais esforçados. Quanto mais para os acomodados.
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