sábado, 9 de abril de 2011

Com Tempo para Nada



Nascemos com o destino traçado logo que piscamos um olho, dentro da intimidade de uma mãe, que carrega nove meses o peso de um ser que irá enfrentar uma vida já traçada pelo destino.
Esse fio condutor (destino), guia-nos passo a passo, lançando a energia já programada com a intensidade das nossas investidas.
Será que o destino tem em mente as vicissitudes da vida?
Ou tudo sabe de antemão e já lançou desde o nascimento, os genes para suplantar, ou não, os altos e baixos de um caminho tão longo quando é ferido de labirintos sem saída, deixando-nos a caminhar tempos infinitos em vários sentidos mas, com o mesmo fim: a falta de uma porta de saída.
Ou por outro lado acessível, quando temos pela frente desafios ultrapassáveis, já que enchemos o ego de conhecimentos para tal. E acompanhados pelo suporte materno que pode ser extensível ao longo da vida. Enchemos uma mão cheia de oportunidades e outra de as agarrar.
De facto esta vida é feita de agarrar as oportunidades!
O destino, destina, um sem número delas!
Claro que para uns não faltam oportunidades, para alcançar determinados objectivos. Se uma não for a verdadeira vocação de um sonho já em embrião, quando nascemos, para respirar o ar que nos dá vida. Logo surge outra, atrás de outras e por fim o almejado conforto, elevando-nos na rotina diária de uma vida confortável.
Para outros, sujeitam-se a acertar na primeira que surge, ainda sem estudo prévio e toca a agarrá-la para dar o pão-nosso de cada dia, a bocas que necessitam de alimento, mas que teria de ser dado por quem de direito.
Assim se constrói o futuro de alguém, agarrado desde garoto ao que lhes foi destinado e num longo par de anos, tudo se resumiu a uma vida agradável, com tempo: para amar quem foi escolhida para construir o ninho da multiplicação.
Com tempo para acreditar que vivendo para dentro da intimidade familiar, alicerçada numa segurança profissional que ostentava indícios de dar luz até ao descanso merecido.
Com tempo para respirar a normalidade do dia nascer. Fazendo chuva ou calor para bronzear. Sendo correcto nas acções e sincero nas decisões.
Com tempo para nada!
O destino tão encoberto no deixa andar, que logo, despontou num brotar rudemente, abrindo o leque não para refrescar. Mas abanando, num assinalar o sem grandes opções, porque elas já estavam tomadas ainda o primeiro choro, não dava sinais de nascer.
E hoje o caminho é o recomeçar do zero. Porque tudo se vai no esgoto da cínica ambição dos poderosos, que nos governam a seu belo prazer.
Fecha-se uma porta, abre-se uma janela e a aragem entra sempre com alívio para as nossas mentes.

1 comentário:

azulcereja disse...

Descobri-te hoje. Vou arranjar tempo para te conhecer melhor porque o nada não nos contém. Parabéns.
Azulcereja