terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A Rotina semanal estreia-se com o inicio do Ano


São horas do treino e a vontade dos garotos é enorme.
Depois das férias lá se encontram, num molho de jovens que logo que o professor dá ordem, correm em volta do pavilhão para aquecerem e assim afastam o frio que dentro do pavilhão é de rachar.
De um lado estão as miúdas, já crescidas numa mistura de treze anos e roçando os dezasseis.
Do outro, os rapazes. Mais novitos não passam dos catorze, mas muitos deles só com duas mãos cheias.
Executam os exercícios banais, antes de iniciar o treino com bola.
Para o Duarte é o inicio do basquete em força, depois, do problema da tendinite no polegar debelada, que o afastou mais de um mês e neste momento pronto para fazer aquilo que mais gosta.
São vinte garotos! Olho para cada um deles e imagino, ali grandes sonhos.
Uns já envergam camisolas das valentes equipas como os Lakers e outras que não conheço, também não sou entendido neste desporto. Com o nome do seu ídolo bem visível nas costas.
 Usam acessórios para segurar o cabelo e embelezam os pulsos com fitas com o logótipo de grandes marcas desportivas. Todos eles respiram vontade em fazer o cesto a cada iniciativa individual e regressam ao seu lugar com um sorriso nos lábios de satisfação. Quem o não conseguir tem que encher três vezes, muitos deles não levantam o rabo do chão, aproveitam-se do professor estar de costas.
Quando é treino sem pressão tudo corre bem e a grande maioria encesta e se o resultado valesse, a centena era uma certeza.
Retenho-me uns minutos nas garotas. Treino mais durinho com jogadas ensaiadas e todas dando o melhor para salvar o cesto, ou para que o mesmo entre.
Curioso: todas elas têm cabelo comprido, levando-as a usar uma fita para o segurar. E lá anda o cabelo a saltitar de um lado para o outro, para cima e para baixo.
São bolas e mais bolas a saltitar num matraquilhar constante. E se juntarmos perto de cinquenta jovens, em constante movimento, recebendo bolas, entregando bolas. Temos um barulho estridente de deixar a cabeça à roda a quem assiste ao treino.
Agrupam-se dois a dois e os que deixam encestar, dão lugar ao próximo duo. Ficando os gloriosos sorridentes e festejando num toque de mão, prontos a enfrentar quem rapidamente os quer derrotar.
Por fim o fim do treino.                                                                                                        
Hora e meia num constante bater da bola, terminando num cesto, que obriga a uma ligeira ou não, elevação, consoante a altura de cada um. Ou num rodopiar no arco, que caprichosamente não entra, deixando um esgar de desilusão.  E alguns deles já com o cansaço estampado, ficando a um palmo do mesmo.
Depois de uns largos minutos em amena cavaqueira, onde os mais eficazes e também os mais valorosos miúdos, realçam os cestos aos menos capazes e também mais infelizes. Deixam o balneário rumo a casa, agasalhados dos pés à cabeça, prontos a devorar a refeição já que o desgaste abriu brechas nos estômagos e a fome fala mais alto que a altura do cesto entretanto mil vezes alcançado.


     

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