O ano inicia-se ainda no rescaldo da
ressaca da véspera, que juntou toda a família na casa de uma delas, como é
normal nesta altura.
Passamos o primeiro dia, sem nada a
assinalar. Só o facto de regressarmos para junto da família e continuarmos a comer,
a jogar, a conversar e a desejar um bom ano para todos.
A partir de amanhã a vida regressa à
normalidade, tentando ombrear os dias e dias que aí vêm com a mesma força como
até aqui.
Serão dias de altos e baixos como um
ano longo se reveste e só a atitude positiva da nossa parte, levará que este,
que todos juntos aclamam como o final de um longo calvário. Seja possível daqui
a trezentos e sessenta e cinco dias, dizer que o pior já se foi.
Ano novo vida nova eis o slogan. Para tudo
enfrentar.
Todos, quando as doze badaladas são estrondosamente
suadas. Pedem desejos para o ano que se inicia e voltam às comezainas,
convictos que os desejos serão alcançados.
Assim seja para todos, mas todos
sabemos que não é bem assim!
O ano tem
muitos dias.
Muitas noites revestidas de insónias
constantes.
Muita chuva que molhará a nossa impotência.
Demasiado frio que enregelará os ossos.
Constantes medidas que nos empobrecerão mais.
Como tal à que ser duros e começar
desde já a contá-los um a um, para mais próximos estarmos de, se não vencermos,
enfrentarmos com o rosto crispado de vontade. As grandes maleitas preparadas.
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