Temos que acreditar!
Em quem?
No país, dificilmente!
Está falido. Sem recursos, vive de empréstimos que vai hipotecar a geração que está pronta para ocupar o nosso lugar e quem sabe a que vem a seguir.
Um país sem homens capazes para o gerir, onde cada um olha por si. Juntando meia dúzia de amigos, deixando o restante povo num salve-se quem poder, levando já ao saque que por agora só tem visibilidade sonante, nas ourivesarias para alimentar as lojas de ouro, que nascem a cada dia que passa, como ervas daninhas em jardins mal cuidados.
Caixas de multibanco, colocadas estrategicamente como convite. E lá vai, desprendem-se facilmente dos abrigos, sendo arrastadas como se de carga alimentar se tratasse, agarradas às traseiras dos jipes entretanto roubados, ao virar da esquina.
Carrinhas de valores, carregadas de dinheiro dos bancos que já pouco têm, são simplesmente abertos, nem o facto de serem blindados lhes dão qualquer defesa. Ora em plena auto-estrada, ora no trajecto citadino, que ninguém devia saber, mas os assaltantes autênticos metralhas, com tempo para tudo bloqueiam a passagem e lá se vai a tiro ou à bomba, o dinheirinho aos montes.
Acreditar? Só em nós!
Nas nossas capacidades, para assim não nos darmos vencidos pelas desgraças sociais, bem visíveis.
Temos que bater a todas as portas, para ganharmos de novo o alento e alimentar quem nos rodeia, já com pouco suporte anímico.
Há portas que se abrem, não muito longe da vista de todos, mas podem não chegar para abrir os olhos, visto que a cada dia que passa, a míngua acentua-se num mês tão longo de despesas e tão curto de receitas.
Outras portas podem-se abrir, longe bem longe do seio de quem nos aquece.
Muitos galgam fronteiras, na procura de suplantar barreiras. Tendo a certeza de que o esvair da crise, será longo sem tréguas para arrepiar caminho.
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