domingo, 30 de dezembro de 2012

Podes vir 2013



2013, está bem encostado às nossas portas, pronto para nos saltar em cima e acomodar-se nas nossas costas já largas e corcovadas, devido ao peso arrasador que este ano que está a terminar, se fez engordar, de uma crise anunciada a cada dia que passava.
É só esperar que ele termine e leve com ele os últimos festejos de uma alegria, que nos vai deixar com os sorrisos e os abraços nas doze badaladas e logo que esticarmos os braços para enfrentarmos o primeiro dos sucessivos dias de 2013, levaremos com seu o bafo azedo, pronto para nos arrasar à primeira medida já tomada.
Vai-te encostar a outro e leva contigo essa sobrecarga de medidas, pode ser no vizinho daqui do lado, que se mostra afortunado, com boas máquinas. E deixa-me em paz!
 Para trabalhar onde o sustento me chamar. E já falta pouco para lá voltar!
Ter saúde e assim fugir aos cortes profundos, num sistema nacional de saúde entregue mais cedo ou mais tarde aos privados do costume.
Ser feliz, será que podemos o ser, por entre labirintos de desgraças. Assaltos em massa ao virar da esquina. Desemprego galopante, que afastam famílias deixando-as nas ruas da amargura.
Podes vir 2013! Mesmo com cara de poucos amigos. Cá estarei para te enfrentar.
Podes trazer as chuvas mais fortes que te apetecer.
Podes também trazer o frio de rachar.
Podes enviar o calor que te der na gana.
Podes vir 2013! E embalares um Passos Coelho medroso e mentiroso. Já não falando de um Portas cobardolas. E meu Deus, um Relvas doutor por correspondência e fora de horas.
É este o trio que nos guia, na procura do buraco sem fundo.
Podes vir 2013! Com corruptos conhecidos e políticos  desconhecidos.
A todos eles eu digo basta! Porque não me vão encontrar nos seus caminhos.
Correrei em campo aberto, longe do seu reboliço, arreguilando os olhos para as trafulhices que me impingem sempre apreçados e aflitos.
Podes vir 2013! Estou pronto para, o que der e vier.
Já levei tiros sem arma à vista. Caí ferido jorrando lágrimas infinitas de punhaladas pelas costas por braços invisíveis.
Podes vir 2013! Não cairei no abismo, mesmo que me tires o amor de uma vida. Porque o amor é como os balões, um sopro por pequeno que seja. Leva-os para o infinito e mais além.
Podes vir 2013! Disfarçado de lobo e tatuado dos pés à cabeça.
 Vem ao menos  de pantufas, para não fazeres muito barulho!



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