2013, está bem encostado às nossas portas,
pronto para nos saltar em cima e acomodar-se nas nossas costas já largas e corcovadas,
devido ao peso arrasador que este ano que está a terminar, se fez engordar, de
uma crise anunciada a cada dia que passava.
É só esperar que ele termine e leve com ele
os últimos festejos de uma alegria, que nos vai deixar com os sorrisos e os
abraços nas doze badaladas e logo que esticarmos os braços para enfrentarmos o
primeiro dos sucessivos dias de 2013, levaremos com seu o bafo azedo, pronto
para nos arrasar à primeira medida já tomada.
Vai-te encostar a outro e leva contigo essa
sobrecarga de medidas, pode ser no vizinho daqui do lado, que se mostra
afortunado, com boas máquinas. E deixa-me em paz!
Para
trabalhar onde o sustento me chamar. E já falta pouco para lá voltar!
Ter saúde e assim fugir aos cortes profundos,
num sistema nacional de saúde entregue mais cedo ou mais tarde aos privados do costume.
Ser feliz, será que podemos o ser, por entre
labirintos de desgraças. Assaltos em massa ao virar da esquina. Desemprego galopante,
que afastam famílias deixando-as nas ruas da amargura.
Podes vir 2013! Mesmo com cara de poucos
amigos. Cá estarei para te enfrentar.
Podes trazer as chuvas mais fortes que te
apetecer.
Podes também trazer o frio de rachar.
Podes enviar o calor que te der na gana.
Podes vir 2013! E embalares um Passos Coelho
medroso e mentiroso. Já não falando de um Portas cobardolas. E meu Deus, um
Relvas doutor por correspondência e fora de horas.
É este o trio que nos guia, na procura do
buraco sem fundo.
Podes vir 2013! Com corruptos conhecidos e políticos
desconhecidos.
A todos eles eu digo basta! Porque não me vão
encontrar nos seus caminhos.
Correrei em campo aberto, longe do seu reboliço,
arreguilando os olhos para as trafulhices que me impingem sempre apreçados e
aflitos.
Podes vir 2013! Estou pronto para, o que der
e vier.
Já levei tiros sem arma à vista. Caí ferido
jorrando lágrimas infinitas de punhaladas pelas costas por braços invisíveis.
Podes vir 2013! Não cairei no abismo, mesmo
que me tires o amor de uma vida. Porque o amor é como os balões, um sopro por
pequeno que seja. Leva-os para o infinito e mais além.
Podes vir 2013! Disfarçado de lobo e tatuado
dos pés à cabeça.
Vem ao
menos de pantufas, para não fazeres
muito barulho!
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