terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Liberdade



Acabo de chegar. Tanto frio, tanto gelo!
Ontem menos sete graus, hoje menos quatro e o pior é o vento. Mesmo uma brisa é cortante, é demolidor!
É o tempo dele, dizem as más-línguas cá do sítio.
São muitas horas sobre este clima e não existe jeito em remediar.
 A Primavera ainda nem em sonhos é solicitada para não ofuscar os pensamentos mais frágeis e muito irá tardar, já que o Inverno ainda se sente rei e senhor do tempo.
Mas á que ser duros como diz cá um parceiro com muitos anos e toca a fazer a minha obrigação, revestindo as palas secas e escuras, de toques de midas, como só cá a gente sabe fazer.
Estou com uma constipação enorme. O meu nariz mais parece um caleirinho a deixar soltar, os líquidos e várias vezes recorro à manga para aliviar o incómodo. Depois de se esgotar os lenços de papel.
Nem consigo falar, estou rouco e a minha garganta de tanto inflamada, infiltra-me uma dor incomodativa, cada vez que tento engolir a saliva.
Homem que é homem não se deixa vergar ao primeiro impacto. Desafia o tempo e de peito feito (tão dorido), sente a adrenalina em crescendo, já que sente bem presente uma certeza!!!!!
Mas isto é a liberdade!
Liberdade depois de fugir de um país agarrado a esquemas mafiosos que engomam os colarinhos brancos. E enjaulam os que ainda fogem de ser sem abrigo, em caixas de cartão de dois metros para se refugiarem depois de ficarem sem tecto.
Liberdade de ser quem realmente sou, já que neste ambiente só a mim me posso agarrar.
Liberdade, depois de conseguir novamente ser útil profissionalmente. Depois de fecharem-me as portas de tudo o que anos a fio conquistei e face a isso, ser senhor do meu nariz.
Liberdade, em ajudar quem está próximo, mesmo aqueles que me apontavam o dedo como uma seta, dizendo: és um inútil!
Liberdade, em sair com quem sente prazer na minha companhia e passarmos umas horas a brindarmos aos filhos que fazem anos nesse dia.
Liberdade em chegar às horas que me apetece, sem ter as campainhas azucrinar os ouvidos, como pragas sem insecticida para as fazer cair para o lado.
Liberdade, sim liberdade! Mesmo longe de quem quero estar, sinto-me livre e com maturidade para enfrentar este país!


  






Sem comentários: