quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Os Dias Passam.





Desciam o céu levemente, como se de penas branquíssimas se tratassem.
Num baloiçar harmonioso, que maravilhava quem presenciava e deliciava quem ainda a ele, tão recente assistia.
Era um espetáculo belíssimo, olhando bem à minha volta e vendo cair floquinhos, tao suaves que se desfaziam ao tocar o chão duro do gelo de à vários dias.
E o tempo estava tão frio a rondar os quatro graus negativos, já a tarde ia na hora do chá.
O espaço, em meu redor eram pedacinhos leves, levezinhos. Dezenas deles, bem perto da minha vista. Centenas deles a um ligeiro levantar de cabeça. E milhares deles, onde a vista podia alcançar.
Pousavam nos meus ombros e derretiam logo, logo. Antes penso eu, que lhes desse um chega para lá e se estrebuchassem no chão duro como pedra.
Não fazia isso, a flores voadores, que se transformavam em gotas de água pura, quando as recebia na palma da minha mão.
 Duro como pedra está o meu coração, sem calor para o aquecer, já que o amor está longe e nem os sonhos ajudam a aquecer este corpinho.
A distância é má conselheira para os lamentos amorosos e cada dia que passa a amargura estende-se como a neve pelas bermas da estrada, endurecendo com o passar do tempo, até que a temperatura aumente e espera-se o degelo e com ele venha o momento tão esperado e aguardado, do amor florescendo.
Amor, onde tu andas! Deixas-te de ser o avião da esperança e nem pelos canais da aproximação virtual, eu aqueço a minha ânsia.
Somos ainda novos para amar, mas idosos para suportar a distância severa e fria.
A Primavera irá trazer o renascer do verde, agora sob um manto branco onde só pisam os anjos, deixando mensagens indecifráveis, para estes olhos ainda impuros, as entender na sua plenitude.
O tempo é o melhor conselheiro, deixa abertas todas as portas, para escolhermos o momento, em abraçar docemente. Quem nos deixou entrar, mesmo sem estendermos a mão ao batente.
Os dias passam.
A neve leva-os, retirando-lhes a história de cada dia, passando-lhes uma página em branco por cima, para que nascem novamente, com esperanças de um novo dia.


  

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