Encontro-me parado esperando para tatear, se
o que me dizem é mesmo verdade.
Regressei para quinze dias de descanso e já
se perlongam para além da ansiedade.
Entretanto como a vida é madrasta, já que
deixou de ser a mãe que tanto me amparava, acolho-a no regaço. Fazendo fé no que
me ensinou, sirva para procurar o que ainda as forças me ajudam a caminhar.
Encontro amigos desesperados, pensando que só
a eles é que a má sorte bateu à porta e por isso o mundo vai desabar.
É terrível ouvi-los!
É terrível aguentar o desespero de quem se vê
perdido e não tem com quem desabafar o que lhe vai na alma.
É terrível não poder me afastar de quem
precisa de um apoio e não poder os ajudar, já que muitos gritos deles em forma
de enormíssimo apelo. São por mim, duramente sentidos.
Os filhos anseiam por conseguir o que lhes
custou uns anos a queimar as pestanas.
E estão tão longe da realidade de um mundo
fechado para as esperanças e aberto para as arrogâncias, de quem tem as costas
forradas por favoritismos ao pé da porta.
E deixam passar os dias como se nada fosse,
esperando que do céu caia uma estrela, que lhes guie para o caminho da chupeta
adocicada.
E batalhamos atrás do quase impossível.
As notícias de quem desgraçadamente
desapareceu, levado pela doença traiçoeira que constantemente espreita. Abana-nos
para a realidade de que viver cada dia que passa é a bênção desejada.
Mas os dias correm como a água dos rios. É obrigatório
apoiar-nos na corrente sem afundarmos.
Só podemos acreditar no nosso poderio. Só ele
nos encaminha para a certeza de que, aguardar por aquilo que ansiamos é a força
em acreditar.
Pés ao caminho!
Seja cá neste país humedecido pela angústia
de não dar garantias no futuro.
Seja lá fora, onde me encontro e onde tantos
se encontram.
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