Eramos dois a torcer pelos mais pequeninos. Que
se batiam com toda a alma e coração. Numa concentração máxima, fazendo das
tripas coração, para fazerem frente ao poderio individual da outra equipa.
Numa casa de pasto já familiar. Com meia dúzia
de fanáticos a apoiar a equipa do melhor do mundo.
O bife estava ótimo. A salada repleta de
vegetais que saiam do prato. As batatas tão fresquinhas que ficavam nos dentes
tamanha a incerteza de cada lance para desfazer a diferença.
Eram de Madrid e claro, rivalidade em cima de
todas as botas.
Primeiros minutos, nada oferece em momentos
de euforia.
Uns marcam mesmo em cima, outros tentam
martelar o valor do seu individualismo.
Lisboa é a única a fervilhar de emoção dentro
e fora do estádio, repleto de espanhóis preparados para erguer o troféu.
Nós portugueses vivemos a inclinação para os
merengues recheados de portugueses e lá habitando o melhor dos melhores farto
de conquistar recordes.
Mas eu torcia pelos colchoneros, a terminar
uma época de sonho, recheada de sangue suor e lágrimas.
O jogo decorre e muitos já vaticinavam que de
golos, só em deslizes que os nervos são férteis nestas grandes finais.
E lá aconteceu o primeiro.
Casilhas arrisca e no fica a meio, já não vai
a tempo de evitar o primeiro.
O estádio humedece. Só os colchoneros
festejam, mas a grande franja de apoiantes do Real (incluindo 80% de
portugueses), ficam mudos e inquietos.
O real entra de rompante numa segunda parte,
toda ela merengue.
E o milagre sucede, apesar de tudo o Real
fazer por merecer. Que até o presidente quebra o protocolo e grita emocionado
pelo milagre bendito.
Esteve tão perto a gloriosa caminhada do
Atlético, que a poucos segundos de erguer a taça. Sente que mesmo nos seguintes
trinta, vai se arrastar no meio do massacre merengue.
E assim foi!
Dois, três, quatro e que alivio terminar o
jogo, senão seriam mais e mais.
Que contraste!
No tempo regulamentar, o jogo não terminava
para logo levantar a taça, numa festa que seria memorável.
Ó arbitro termina logo o jogo no prolongamento,
para que o pesadelo não passe dos quatro.
O futebol é mesmo belo.
E logo em lisboa império dos descobrimentos. Que
tanta azia fazia aos espanhóis, fartos de caravelas e canecos da Champions.
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