Está calor no monte do túnel.
Estão 27 graus e chove com trovões á mistura.
O homem fura as entranhas, fazendo um extenso
buraco que encurta as distâncias entre populações, levando o comboio como um
enorme abraço a unir três regiões.
Túneis longos, com curvas que fazem indicar
que não tem fim. Mas bem no fim lá está a luz do dia a abrir as suas portas de
par em par.
Túneis em bruto, com fantásticos desenhos
deixados pelas colossais máquinas que os esventraram constantemente. Tendo como
mira o local certo. Evitando estou em querer, enormes atentados ao ambiente.
Túneis que serão lapidados como rubis,
através do betão e da inteligência humana. Dando-lhe um aspeto airoso, iluminado
pela luz que mudou o mundo.
Quem lá entra não se molha nem transpira
pelas encostas da moleirinha.. É a frescura do verão (que agradável sensação).
Mas no inverno é humidade que até despedaça
os ossos. E grossos pingos de chuva como pendulo a marcar o tempo, sem caleiros
visíveis para desviar a molha.
Túneis escuros enquanto ganham forma. Só com
cesto articulado se sobe ao cimo para descobrir as fendas da natureza.
Reveste-se com tela impenetrável. Termina-se
com betão levado pelo carro de lado a lado.
Não á montanha que resista ao progresso para
unir mais os povos.
Sejam pontes que atravessam os vales.
Sejam túneis que esburacam sem ser um mal
menor.
Sem comentários:
Enviar um comentário