quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O mar Revolto






Chove, chove e tanta água galga os rios.
Transporta o entulho que entristece a natureza.
Como era belo contemplar os baixios.
Tão límpidos, a fervilhar de enguias.

O mar revolto engole a vasta água.
Aumentando-lhe o tamanho das sucessivas ondas.
É esplendido vê-las crescer.
É intrigante pensar onde vão terminar.

Aproximo-me para as observar bem de perto.
São lombas impercetiveis, ainda tão longe.
Rapidamente atingem alturas dantescas.
Sem barreiras para as enclausurar.

Não existe igualável força,
como a beleza das marés vivas.
Embora protegido, arrisco para a água me salpicar.
Acabo a tremer sem saber se de frio, ou de medo. 




Uma, duas. São dezenas até cansar.
Que esbarram bem lá no fosso para não matar.
Ninguém imagina que podem galgar,
Qualquer muralha de betão para as acorrentar.

Não à registo fotográfico, que me satisfaça.
Cada rebentar de onda é fabuloso.
Demoro o tempo que me concedem.
Olha, olha, aí vem mais uma. Grito excitado.
 

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