quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O mar é o Desafio




Estou fora do café sentado num banco de madeira, com a mesa em alumínio.
O sol bate-me no rosto.
Fecho os olhos e que excelente sensação, por isso aqui estou. O que ajuda a matar o tempo, porque só regressarei a casa depois das dezoito.
E como ainda não são três, irei ter tempo para apreciar o que me rodeia.
Renova-se o centro histórico.
A praça de tão degradada, irá ser novamente o centro de referência.
De uma antiga linha do comboio com mais de cento e cinquenta anos. Dará lugar a uma ciclovia extensa por entre o arvoredo e passando por túneis que agora metem medo.
E o mar bem perto. Que abocanha a terra onde a fúria da sua força, ultrapassa qualquer pontão que o homem constrói para tornar mais fácil o acesso das populações.
É o mar que me recebe bem cedo. Para restaurar o que ele desfaz.
São pedras enormes mas que nada valem para conter a força das ondas.
Por isso estamos a construir uma fortaleza em betão, para que ele não destrua a marginal.
Só nos deixou aproximar dois dias nesta semana, depois de pacientemente esperar que acalma-se na maré baixa.
Aí, toca a correr para construir uns metros. Utilizando um camião grua, que nos levava bem perto da água e a todo o material necessário.
Mar que me acolhia nas férias e em visitas de relaxe. Agora recebe-me para travar a sua fúria.
Mas ele não acalma. Por isso nem tentamos descer.
Está medonho com ondas enormes que ao rebentar bem lá no fundo, trepam pelo paredão e invadem a estrada.
São horas a tentar o impossível. Teima em ser o dono e senhor.
Só nos resta dar meia volta e procurar outra obra.
Mar infinito.Com uma força impossível de calcular.
Só esperando que adormeça um pouco é que se pode acarinhar.
Continuamos a roubar o que lhe pertence. Por isso ele teima em recuperar o que é seu!
O sol já se escondeu. Estar por aqui já não dá prazer nenhum.
Mas está de volta o último fim-de-semana antes das férias natalícias.

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