segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Lá como Cá




A Espanha deu caça aos homens, depois de um povo ameaçar ruir as frágeis estruturas políticas de direita, que teimava proteger pessoas conhecidamente corruptas.
Prendeu cabecilhas, braços direitos e ajudantes de campo. Que ditavam leis num país de touradas e castanholas.
Nem escaparam presidentes que aguentavam independências e governantes que faziam crescer o betão e aproximar populações, mesmo tapando o sol vindo de trás dos elevados montes.
De manhã à noite, era uma caça sem precedentes. E as fianças de valor astronómico, mostravam a realidade dos enormes desvios que essas pessoas levaram a cabo.
Uns logo disponibilizaram o dinheiro para não entrarem no xadrez de fazer inveja aos aposentos da enorme maioria do povo espanhol.
Outros nem possibilidades tiveram para oferecerem pipas de massa, livrando-se da desgraçada entrada nas portadas da jaula decorada.
Foram logo para lá enviados tamanha a proporção dos seus crimes sem fim, num país enorme carregado de história.
E claro, outros não esperaram pela demora!
Portugal tão perto viu-se contaminado pela onda da caça e logo Sócrates foi esperado ainda no dorso da ave metálica.
Os espanhóis aproveitaram a benesse e sem espanto, abriam os jornais com a famosa espera, que a justiça portuguesa presenteou o antigo primeiro-ministro.
E transportado à cadeia de Évora, levou a que milhões de espanhóis ficassem a conhecer o berço do Alentejo.
Felizes ficaram quando a justiça portuguesa indeferiu o pedido de habeas corpus e manteve Sócrates agarrado ás barras de ferro, que ainda lhe deixava ver a luz ao fundo do túnel.
Lá como cá a justiça funciona dizem os mais entendidos na matéria.
Outros mais ou menos famosos estão em vias de dialogarem com Sócrates atrás das grades, preparando a fuga com os milhões que desviaram. Porque para países como o nosso e o vizinho, interessa mais a restituição do que está almofadado em países dourados. Do que manter estes homens afunilados em cadeias de elevado custo. Que não é bom agoiro para um povo cada vez mais sobrecarregado de impostos.
Mas a caça ainda vai no adro!




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