quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Não existem palavras para descrever tamanho Individuo




Trabalhei quatorze horas sem parar, para abocanhar uma bucha, tentando enganar o estômago.
O pior mesmo era a sede.
Lábios tão secos que ganhavam pequenas crostas ao longo da sua extremidade.
É o que dá trabalhar com psicopatas.
Não podemos excluir-nos deste maníaco. Homem completamente só. Sem família, sem amigos. Que descarrega as frustrações no pessoal que lhes chega às mãos.
Uns só aguentam umas horas.
Outros fazem das tripas coração para aguentar tamanho animal.
Prometeu-nos terminar às duas da tarde. Depois de nos obrigar a entrar às seis da manhã.
E só pelas dezanove e trinta. Quando lhe fomos perguntar no café se finalmente poderíamos arrumar as trouxas. É que o infeliz nos libertou de monstruoso fardo.
Já tinha ouvido histórias deste verme durante a minha permanência noutra equipa.
Mas claro, cada um agasalha-se nas costas de quem nos dirige. E como tudo corria bem para os meus ombros, sacudia-os de visível fantasma.
Em seis meses, apanhei-o dois dias.
Se voltar para às suas garras, não haverá cinto que segure estes ossos. Porque deus mio, o homem arrasa qualquer vestígio de carne.
Como foram imensas horas, com o paquiderme a roçar os calcanhares, deu para lhe enfiar meia dúzia de impropérios pelas trombas abaixo. Mas o palhaço não me mandava para casa.
Repetiu milhentas vezes: " me cago em deus. Ostia, Ostia, Ostia!!!!!"
E nós, baixinho: ..... Eu sei que todos sabem, tudo o que murmurávamos.
Por fim sentou-se na soleira de uma porta esgotado, libertando um odor característico, de quem corre as capelas de água (álcool) benta. Para nos rubricar as dolorosas horas que trabalhamos sob as suas ordens.
O que deu isto?
Que chegasse a casa e devorasse tudo o que era comestível.
Por agora o sol dá um ar da sua graça e é domingo. Só penso em descansar.
Terça finalmente regresso para me deitar na manjedoura da menina.
Será lá que irei curar as amarguras destes dois dias.
Mas antes tenho o mar por companhia junto de pessoas civilizadas e compreensíveis.

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