sexta-feira, 18 de setembro de 2015

As tremideiras no sobe e Desce




Duas horas e meia de uma viagem tão aguardada.
 Antes porém, parti da Alemanha rumo Holanda para apanhar o voo que me leva a Portugal.
Voamos a uma altitude de trinta e cinco mil pés, numa aeronave quase repleta de portugueses com uns espanhóis misturados. Confesso que não gosto de viajar de avião. Não me dou com as alturas e no levanta e desce, o meu corpo estremece.
São duas horas e meia a recordar momentos. A adivinhar recepções e a desejar um abraço bem longo.
Foram dois meses de intensa adrenalina em sobressaltos. A distância faz mossa e com o acumular dos dias abre uma cratera de saudade. Ficarei uma semana, poucos dias para matar as loucas saudades.
 Entretanto sobrevoamos Paris, rumo a Nantes e meia hora depois, entraremos nas Astúrias para nos dirigir finalmente de aeronave em riste, na direcção da invicta.
Será, uma semana de horários riscados. De despertador silencioso e de descanso necessário. De saborear a nossa comida que só de pensar, já me leva água à boca. E de fazer trinta por uma linha.
 Uma hora e um quarto já se foi, nesta viagem que corre sobre asas. Portanto estou a meio, em dez quilómetros de altura.
As bebidas caras como ouro já circulam pelo corredor e não tarda, é anunciado os perfumes cá da casa a preços de fazer inveja à exclusividade.
 Metade da tripulação já cochila. Lá se foram as risadas e o choro das crianças. O meu colega pegou-se ao banco, num sono de inclinar a cabeça.
Senti mesmo agora, um calafrio a percorrer-me todo o corpo. Já dura uns minutos que são infinitos.
Ufa, tudo acalmou! Voltou de novo, devemos estar a entrar em Espanha. Dali, nem bons ventos nem bons casamentos.
Agora são as rifas para ajudar as instituições. Adquira uma, leva duas. Se comprar o pack, oferecemos-lhe o dobro. Matraqueava a hospedeira.
Não adiantou! Os passageiros praticamente ignoraram.
Agora vou relaxar um pouco fechando os olhos, para ver se a viagem termina. Que descansar, mais uma sacudidela e de novo a tremideira.
 já se distingue as luzes da bela cidade do Porto. Que beleza! Por momentos esqueço onde estou e contemplo a maravilha dos imensos pontos luminosos. Sol de pouca dura! A aterragem anuncia-se. O avião balança. O silêncio impera. Por fim o avião toca o solo e a redução drástica da velocidade é audível.
Pronto, aguardo quem me venha buscar no meio da multidão, que abraça quem há muito tempo não via.

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