Duas horas e meia de uma viagem tão
aguardada.
Antes
porém, parti da Alemanha rumo Holanda para apanhar o voo que me leva a
Portugal.
Voamos a uma altitude de trinta e cinco mil
pés, numa aeronave quase repleta de portugueses com uns espanhóis misturados. Confesso
que não gosto de viajar de avião. Não me dou com as alturas e no levanta e
desce, o meu corpo estremece.
São duas horas e meia a recordar momentos. A
adivinhar recepções e a desejar um abraço bem longo.
Foram dois meses de intensa adrenalina em sobressaltos.
A distância faz mossa e com o acumular dos dias abre uma cratera de saudade.
Ficarei uma semana, poucos dias para matar as loucas saudades.
Entretanto sobrevoamos Paris, rumo a Nantes e
meia hora depois, entraremos nas Astúrias para nos dirigir finalmente de
aeronave em riste, na direcção da invicta.
Será, uma semana de horários riscados. De
despertador silencioso e de descanso necessário. De saborear a nossa comida que
só de pensar, já me leva água à boca. E de fazer trinta por uma linha.
Uma hora
e um quarto já se foi, nesta viagem que corre sobre asas. Portanto estou a
meio, em dez quilómetros de altura.
As bebidas caras como ouro já circulam pelo
corredor e não tarda, é anunciado os perfumes cá da casa a preços de fazer
inveja à exclusividade.
Metade
da tripulação já cochila. Lá se foram as risadas e o choro das crianças. O meu
colega pegou-se ao banco, num sono de inclinar a cabeça.
Senti mesmo agora, um calafrio a percorrer-me
todo o corpo. Já dura uns minutos que são infinitos.
Ufa, tudo acalmou! Voltou de novo, devemos
estar a entrar em Espanha. Dali, nem bons ventos nem bons casamentos.
Agora são as rifas para ajudar as
instituições. Adquira uma, leva duas. Se comprar o pack, oferecemos-lhe o
dobro. Matraqueava a hospedeira.
Não adiantou! Os passageiros praticamente
ignoraram.
Agora vou relaxar um pouco fechando os olhos,
para ver se a viagem termina. Que descansar, mais uma sacudidela e de novo a tremideira.
já se distingue
as luzes da bela cidade do Porto. Que beleza! Por momentos esqueço onde estou e
contemplo a maravilha dos imensos pontos luminosos. Sol de pouca dura! A
aterragem anuncia-se. O avião balança. O silêncio impera. Por fim o avião toca
o solo e a redução drástica da velocidade é audível.
Pronto, aguardo quem me venha buscar no meio
da multidão, que abraça quem há muito tempo não via.
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