domingo, 13 de setembro de 2015

Porque o pouco para Mim




Domingo das dúvidas constantes.
Acordo depois de me recolher bastantes horas, bem cedo.
O silêncio paira na rua e caminho tão só, que me espanta tanto sossego.
Fartei-me de fazer sempre o mesmo e decidi descansar o bastante, já que a idade não perdoa para dias constantes de trabalho aturado.
Fartei-me de ver sempre as mesmas caras e de sair sempre com os mesmos gajos.
Por isso escolho o meu canto para cantarolar ao meu modo.
A mim nada me diz ofertas fáceis que o dinheiro compra.
Pobreza de espírito que a vida vai acentuando e as horas vão vincando, para que a madrugada se vá e o dia nasça, num berço mascado de rugas imensas e de prazeres nojentos.
É isto que os outros transportam numa felicidade aparente, que só dura momentos e os afunda ainda mais, na nostalgia da saudade.
“A tua força já vi, é mais pequena que a minha. Não consegue ir mais longe justamente que momentos. Desejas muito pouco para ti!”
Disseram-me isto da última vez que estive com alguém, num bate papo farto de gestos já que a comunicação é ténue num alemão misturado com italiano e espanhol. Mais o português, que não larga em saudades profundas.
O pouco para mim é muito para quem está comigo, respondi numa expressão de deixar aterrada, quem besuntava o corpo para sacar o seu valor.
Não anseio corpos. Não desejo facilidades em obter prazer sintético de pessoas mergulhadas em álcool.
Não desejo apertos de mãos de pessoas que só desejam que lhes despeje os euros tão custosos em ganhar.
Porque o pouco para mim, sei com toda a certeza será muito para quem está comigo. Porque quem está, de certeza que está apaixonada pelo meu carácter e pela minha alegria em estar com ela!
Posto isto, vou preparar o almoço já que hoje é domingo e tenho tempo de caprichar.

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