Nós, o povinho, fazemos uma festa quando um
ditador é derrubado e melhor de tudo, quando paga pelos seus crimes.
Só que hoje os ditadores são derrubados
quando os interesses dos poderosos (muito mais ferozes que os ditadores que nós
aplaudimos quando derrubados), assim o entendem.
Basta ver o ditador Kadhafi. Foi corrido a
murro e pontapés, o seu cadáver passeado a rastos pelas ruas da capital e o
mundo dando graças a Deus por mais um, ter ido para o inferno.
Passados uns tempos ainda bem recentes, a Líbia
país que Kadhafi, governava com mão de ferro. É um país sem rei nem roque e o
povo outrora vitorioso pela morte do ditador, foge a sete pés pelas saídas do
país sem amarras, rumo a uma Europa tão perto que todos oferecem o que têm e não
têm, para fugir de dezenas de ditadores que assumiram o lugar do morto.
A Europa
chorando lágrimas de crocodilo, pelas atrozes mordidelas que o povo líbio tem
recebido, acolhe-os de braços abertos nas casas que os países europeus
retiraram ao seu povo, por via do flagelo social impôs-to cá no velho
continente.
Perante isto é dizer: Nós cá dentro olhamos
para os de fora, oferecendo-lhes o cabaz de Natal ainda longe. Esquecendo-nos
dos que cá estão, cravados nas entradas dos prédios e nas estações do metro e……
Dizer dos Líbios é o mesmo que dizer dos Sírios.
E no meio de tantos refugiados, juntam-se os
terroristas que vão escurecer a Europa acolhedora e minha nossa senhora do alívio,
vai ser um inferno para quem estiver no local errado e na hora errada.
Aprender a viver neste mundo hipócrita que o
homem teima em perpetuar. É mais terrível do que viver ao lado de um presumível
suicida.
Porque pela via dessa hipocrisia, somos levados
a temer tudo e todos e com toda a certeza, vamos morrendo aos poucos, numa
morte lenta e horrenda.
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