Amar tanto tempo, cansa até a sua semente.
Seca o terreno há tanto tempo lavrado, com um
carinho desmedido e uma dedicação fanática.
Encorrica as expressões e envelhece as emoções. Tornando os desejos a espaços, deixando interrogações sem respostas.
Encorrica as expressões e envelhece as emoções. Tornando os desejos a espaços, deixando interrogações sem respostas.
Olho triste para o paraíso. Entretanto o
cantinho dos maravilhosos momentos, deixando que veja o negro do céu. Com os
constantes aguaceiros que enregelam os ossos, acossados pela dor de pouco ou
nada poder fazer.
Deixo que me invada o receio e caio no perco
de ter e não ter, observando o tempo correr, na esperança de algo de novo
acontecer.
A minha vida é como o mar!
Tem dias de uma acalmia adorável, onde
balanço harmoniosamente o corpo no seu dorso.
Outros, tempestuosos. Onde sou escorraçado
para terra numa onda raivosa de encontro ao doloroso tapete rochoso. Pensando ao
menos lá permanecer curando as chagas visíveis. Mas logo sou amarrado pela violência
das águas e torno a encontrar-me no mar alto e tormentoso.
Por meses afasto-me para bem longe, onde
ganho o pão tão necessário para o meu dia. Lá permaneço tantos dias, como
aqueles que conto para chegar o último e levar-me de volta a casa por uns dias.
São dias que corro atrás do amor sofregamente
e sinto ele traído por suposições sem sentido.
Ninguém entende que para mim, viver um dia é
como viver uma mão cheia deles.
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