Regressei por estradas inundadas que ligam
cinco países, que me separam da saudade e da necessidade.
A chuva era violenta, não deixando enxergar
mais que um palmo numa noite negra e de manter o silêncio.
O vento abanava a carripana apinhada de quatro rodas,
mas fazendo finca-pé em nos levar ao destino. Carregada de chouriços, bacalhau
e vinho do Porto. Para nos manter o mais tempo possível, a degustar as origens.
As horas intermináveis não abafavam as
novidades das férias carregadas de festejos e oferendas, que escoaram as
poupanças que justificam a distância.
Vou-me barricar por cá longas luas, porque
carrego o corpo farto de amarguras, de gente que me deu guarida em falsos agasalhos
carregados de vinhetas carinhosas.
Como o tempo é o melhor dos remédios, nada
melhor que esperar pela cura longe mas bem perto de mim.
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