domingo, 10 de janeiro de 2016

Longas Luas




Regressei por estradas inundadas que ligam cinco países, que me separam da saudade e da necessidade.
A chuva era violenta, não deixando enxergar mais que um palmo numa noite negra e de manter o silêncio.
O vento abanava a carripana apinhada de quatro rodas, mas fazendo finca-pé em nos levar ao destino. Carregada de chouriços, bacalhau e vinho do Porto. Para nos manter o mais tempo possível, a degustar as origens.
As horas intermináveis não abafavam as novidades das férias carregadas de festejos e oferendas, que escoaram as poupanças que justificam a distância.
Vou-me barricar por cá longas luas, porque carrego o corpo farto de amarguras, de gente que me deu guarida em falsos agasalhos carregados de vinhetas carinhosas.
Como o tempo é o melhor dos remédios, nada melhor que esperar pela cura longe mas bem perto de mim.

Sem comentários: