Olhos nos olhos, encanto escondido por entre
correrias que se exigem.
Vou ao teu encontro por vezes, vezes sem
conta.
Lancei-te um aceno logo que te vi, ainda
sentido pelo que me esperou, vindo de bem longe para abraçar olhos desavindos.
Por centímetros nos cruzamos. Por metros nos
ignoramos.
Por horas nos estafamos, deixando o olhar
falar e sorrir, quando nos estacamos.
Pela noite, já o cansaço toma conta do olhar desgarrado.
Retiro-me consolado pelo que vi e pelo que senti, sem antes pela última vez,
cruzar mais uma vez e agora longos segundos, o nosso olhar ainda virgem de agitações.
Somos crianças de coro, numa vivência já
adulta. Sentimos emoções pensando já perdidas, mas que retornam pelos olhares
que do nosso corpo fervilham.
Os olhos falam o que nos vai no pensamento
vivendo o momento que cada um lamenta.
Os olhos atrevem-se a retaliar por vezes
sentimentos. Que de tão audazes e eloquentes. Assustam, logo que a realidade
nos abane o nosso presente.
Os olhos comprometem-nos, num olhar que por ocasiões
nos pode ser fatal.
Mas o risco que corremos, supera longamente a
distância do arrependimento.
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