Existem noites mergulhadas na nostalgia.
Noites infinitas!
Envoltas em curvas
constantes numa cama solitária. Tão larga, que pela manhã acordo do avesso, com
o corpo massacrado e estafando o juízo!
Noites sem vontade de abraçar a saudade.
Uma saudade indigente, esgotada.
Envolta em soluções e represálias despropositadas.
Sem capacidade para patentear o óbvio. Bem perto das
suas janelas que se deviam abrir para o largo jardim. Onde esvoaçam as ultimas
folhas que durante dias, aguentaram o vento duro do Outono, perto do fim.
Resta a calçada solitária, já com os altos conhecidos
para não magoar os dedos ainda doridos pela batalha diária, nas frágeis amparas
esbulhadas. Como campânula para fechar os olhos à vulgaridade!
Resta o sol bonito, que aquece o asfalto conhecido de
longos anos percorridos, com pensamentos esmorecidos. Mas com desejos
esclarecidos.
Resta a luz nocturna. Que decora a cidade numa beleza
tradicional que encanta quem cá permanece e quem numa fuga conhece.
Resta o espírito natalício. Farto de desejos ancestrais
que deixam as pessoas solidarias, enquanto as melodias natalícias ecoam nos corações
infinitos.
Resta o pôr-do-sol num fim de tarde. Que me guiou até
casa em quilómetros sem fim, para chegar até mim, porque só encontrei as
raízes, em que há longos anos nasci!
Sem comentários:
Enviar um comentário