O país só fala do Mandela!
É lógico falar na hora do falecimento desse
lutador. Nada o fez vacilar, contra tudo e contra todos.
Agora termos o Presidente que já não é nosso,
só de alguns. A representar o país, quando na era (do inicio da nossa desgraça),
então primeiro-ministro votou contra em nome do país, a libertação de Mandela. É
de uma hipocrisia sem precedentes.
Mas na política o que é convicção hoje, é hipocrisia
amanhã.
O que é promessas ontem, é mentira hoje e o
contrário amanhã.
Infelizmente vivemos, neste clima e mais
grave, gravíssimo! É, os nossos políticos continuarem a fazer o que bem entendem.
Fuzilam autenticamente famílias com medidas
de austeridade impensáveis.
Esquartejando casais para cada lado do
abismo. E filhos desamparados do necessário carinho.
Resumindo, fazem do país uma manta de
retalhos.
Desempregados encostados ao arame farpado
como Cristo crucificado.
Jovens licenciados, de chuto já colado ao
rabo em direcção à fronteira. Para apanhar o autocarro da busca do futuro, bem
para lá do outro lado.
E os políticos esfregam as mãos, dizendo:
eles vão, eles vão.
São menos esses que nos erguem cartazes com
piropos, de envergonhar as nossas mães.
Idosos agarrados ao pau do amparo, já que nem
tem pensão digna de árduos anos de trabalho.
E nem uns degrauzitos sobem coitados. Para não
agravar as dores dos ossos já carcomidos pelas amarguras desta vida.
É vê-los, é vê-los. De saquito com a signa da
farmácia, que lhe levam os tostões em remédios para aliviar as dores de tantas tensões.
E continuam a falar do Madiba!
Esse sim, o único que juntou os quatro cantos
do planeta, para lhe prestar a devida homenagem.
Fecharam-no a sete chaves numa gaiola de dois
metros quadrados para não esticar os braços em direção ao caminho da igualdade
de direitos. Unindo brancos e negros na prosperidade de um grande país como é a
Africa do sul.
Só que o homem possuía braços do tamanho do
mundo. E quando o libertaram esses braços abraçaram os inimigos num gesto
fraterno. Tudo em prol do seu país, que hoje dança e chora perante a urna que o
levará finalmente ao descanso merecido.
Hoje aceito que o meu país só fale de Nelson
Mandela!
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