Ele escolheu o seu canto e nada melhor, que
uma palete de isolamento para lhe resguardar o Inverno.
O isolamento é o melhor remédio para as intempéries
e estando ali à mão de semear, toca a voar e esconder esse corpito frágil que
ao mínimo baixar da temperatura fica feito em pedaços.
Os dias serão terríveis e numa invernação longa,
é só esperar que a Primavera regresse para bater asas e fazer-se à vida.
Nisto, chegam os humanos e lá se vai o
esconderijo feito à medida.
Sem querer, numa obrigação necessária. Deitei
abaixo o resguardo do insecto e por momentos, fiz uma pausa para o olhar.
Nem se mexia o pobre bichinho, todo encolhido.
O choque devia ter sido enorme com o
repentino destapar da escuridão onde se encontrava. Que nem um movimento.
Dei-lhe um toque, nada.
Outro ainda e lá se esticou um pouco.
Mas era tempo perdido! Sem as almofadas como
abrigo o pobre insecto morria em segundos.
E segundos depois continuei a minha tarefa.
Tirar aquela porra dali para fora. E quanto
mais tirava, mais insectos encontrava.
Não havia nada a fazer!
Lá se foram os bichitos e eu continuei a
fazer o que me foi pedido.
Até terminar não os esqueci. Sabia que nada
podia fazer e baixinho para não interromper o seu sono profundo. Agora sem
retorno, pedi-lhes mil desculpas e fazendo fé para amanha não voltar a
encontrar os amigos destes, que já não “ressuscitaram” para a Primavera.
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