Domingo primeiro de Dezembro!
Entrei na contagem decrescente para regressar
a casa. Perto das alegrias e juntinho ao calor de um carinho.
Enquanto esse momento tão esperado ainda se
encontra lado a lado com a neve que irá com certeza cair. Vivo o presente e
muito cedo cá estou a passear junto ao campo repleto de chilreios das aves que
povoam esta área, afastando com o bico a neve exposta para apanhar qualquer
lagarta, que nem teve tempo para esburacar a terra dura como pedra.
O galo perto de mim surpreende-me.
É raro ver galináceos neste país e o raio do
bicho, obriga-me a imaginar uma cabidela tão apetecida e sinto o meu corpo a
correr para o apanhar.
Mas o bicho é esperto. Já está habituado a
estranhos nesta pousada, com aroma a vacaria e vai-se afastando pata ante pata,
prevendo um salto de lince do estranho que se encontra siderado nele mesmo.
Deixo o galo para trás e dou um salto à
cidade, para atestar o depósito e carregar a net, sem ela não me imagino a
viver cá.
Troco meia dúzia de palavras em alemão. O mínimo
que aprendi, para me desenrascar ao que me trás a esta bomba, com uma empregada
simpática, já habituada a imigrantes de sotaque latino.
A cidade está adormecida!
O frio não deixa ninguém sair das tocas. E como
a minha está quentinha, dou duas voltas e regresso ao ponto de partida.
O galo desapareceu, acredito para junto das acessíveis
galinhas.
Foi-se o sonhar com a cabidela e é chegada a
hora de preparar as costeletas, com batatinhas. Tarte de maça à sobremesa e vinho português Castelinho.
Pela tarde é atrair quem ainda está
adormecido e esperar pelas estrelas, para ler os desejos que me oferecem para
levar da melhor maneira estes dias que me separam da fronteira da alegria.
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