sábado, 18 de outubro de 2014

A primeira de Muitas




Noite que chegaste ameaçadora, cobrindo os montes num manto negro que assustava quem 
pela estrada desejava rapidamente chegar a casa.
 Acompanhava-te o terrível vento.
Embora distante, já se fazia sentir pelos orifícios do vestuário ainda tanguinhas, de um verão que terminou o seu reinado.
Quando por fim desceste para tomar conta do mundo, obrigaste-me a recolher apressadamente ao leito, depois de uma refeição devorada, já que previa uma noite sobressaltada.
O vento era tão forte, que abalava a tênue janela, mesmo com ferrolhos de madeira de cedro.
Eram 3 da manhã e abri os olhos assustado. Escondendo o rosto na roupa que pesava.
Os montes ao longe, não lhes fazia frente, tamanha a velocidade que emanava.
Tudo em sua volta vergava como varas verdes e ramos que se soltavam de vários tamanhos, eram impelidos contra o edifício já saturado dos longos anos edificado.
Há vento de um raio, que me arrastas pelo soalho.
Por fim acalmaste com o chegar da aurora.
 E as olheiras fartas, foram o sinal de uma noite terrivelmente agitada.

Sem comentários: