Três da manhã viagem terrível.
Os cafés ingeridos, eram impossíveis
de nos despertar.
Quatro da manhã. O sono
tomava conta de nós e a estrada não tinha fim.
Não podíamos parar. E o sono
encaminhava-nos para o abismo.
Num grito, o condutor guinou o volante
para a direita, quando o desastre era eminente.
Conduzir devagar não dava tempo para
chegarmos. E queríamos chegar, para descansar.
Eu desejava parar e acabar com o medo
da derrocada, que só podia terminar, enfaixados nos railes da auto-estrada.
Parávamos na solidão da noite.
Tudo encerrado. Não se via viva alma. Só a
chuva para mal dos nossos pecados.
Recomeçávamos o martírio de pôr o
carro a rolar e o medo a pairar.
Tínhamos que chegar e descansar, descansar,
descansar.
Para nossa segurança, o som dos pneus
na faixa branca, abria-nos os olhos, mas não a lembrança. Embora tudo fizéssemos
para perder vários minutos da nossa vida.
Por fim chegamos cansados e com o coração nas
mãos.
Uma hora de descanso, num sono em sobressaltos.
Lá voltamos a entrar no carro, num silêncio tão ingrato que pedia contas à
irresponsabilidade de três marmanjos.
E mochila às costas, principiamos o
trabalho que não dá tréguas.
Onze horas depois o regresso. Duas dentadas
numa refeição sem tempo para terminar e momentos depois, a cama era a salvação
para um corpo travado de violentas emoções.
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