A noite era obrigada a fazer com que eu
esquecesse um rosto.
Um
rosto que me tem acompanhado incessantemente. Numa perseguição constante e
tenaz, obrigando-me a malabarismos cruéis na tentativa de provar uma realidade
tão nítida. Mas infestada de fantasmas que se cruzam logo que obrigatoriamente
me afasto dele.
E nada melhor que mergulhar na balburdia da
noite, por entre luzes coloridas e bebidas espirituosas. Música a fazer
baloiçar o corpo e piropos a quem estava próximo.
As
horas avançavam como as moedas que já não tilintavam nos bolsos magros de
notas.
Já bebia sem pagar, ofertas que embalavam
piscar de olhos. E dois dedos de conversa.
A noite estava fresca, mas o cérebro bem
quente que me fizeram esquecer o presente.
Como o futuro é ao bater da porta. Lá entrei
como uma carroça.
E o
burro sou eu, para esquecer um sorriso que solta alegria. E um olhar que
acelera a adrenalina.
Há isso queriam muitos, escondidos nas
esquinas!
A propósito, acordei bem fresco como uma
alface. E o rosto não me abandona.
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