Entrei no quarto sem acender a luz.
Não queria perturbar o sono de quem já dormia
e por isso só me guiava pela frágil luz, vinda da janela.
Um pé aqui, outro ali. Lá consegui aquilo que
queria.
Nisto lá estavas tu!
Franzina, espalmada no meu casaco que
necessitava para sair.
Ainda bem que te vi, antes de pegar no
agasalho senão: Sei lá o que te acontecia.
Tirei-te uma foto e com o flash, vi a tua
beleza.
Por onde entraste, ó borboleta da noite?
Qual frincha te deu a ousadia de, como uma
intrusa invadires o meu quarto?
Que te faço agora que preciso do casaco para
me ir embora?
Ainda arranjas do colega do quarto, acordar e
disparatar como é hábito.
Como sou sensível à natureza e admirando a
tua beleza, deixei-te em paz recolhida no escuro do meu casaco e deixei o
quarto com outro acessório que tinha à mão.
Saí para a noite fresca esperando alguma
surpresa.
Enquanto ainda via a janela por onde
entraste, pensei à quanto tempo és a companheira das minhas noites, onde descanso e atenuo as mazelas de um longo dia de trabalho.
Sem comentários:
Enviar um comentário