domingo, 17 de maio de 2015

A borboleta da Noite




Entrei no quarto sem acender a luz.
Não queria perturbar o sono de quem já dormia e por isso só me guiava pela frágil luz, vinda da janela.
Um pé aqui, outro ali. Lá consegui aquilo que queria.
Nisto lá estavas tu!
Franzina, espalmada no meu casaco que necessitava para sair.
Ainda bem que te vi, antes de pegar no agasalho senão: Sei lá o que te acontecia.
Tirei-te uma foto e com o flash, vi a tua beleza.
Por onde entraste, ó borboleta da noite?
Qual frincha te deu a ousadia de, como uma intrusa invadires o meu quarto?
Que te faço agora que preciso do casaco para me ir embora?
Ainda arranjas do colega do quarto, acordar e disparatar como é hábito.
Como sou sensível à natureza e admirando a tua beleza, deixei-te em paz recolhida no escuro do meu casaco e deixei o quarto com outro acessório que tinha à mão.
Saí para a noite fresca esperando alguma surpresa.
Enquanto ainda via a janela por onde entraste, pensei à quanto tempo és a companheira das minhas noites, onde descanso e atenuo as mazelas de um longo dia de trabalho.

Sem comentários: