sábado, 30 de maio de 2015

O Tempo e a Gente




Fazer anos é fácil, já que eles correm ao sabor do tempo.
Desde miúdos que tentamos apressar o tempo para sermos gente, o mais rápido possível.
De miúdos passamos a graúdos e esperamos que o tempo nos eleve na idade e nos faça ser homens.
Deixamos crescer a barba e realçamos os peitorais como homens que já somos, com o tempo a encarregar-se de nos fazer dois tostões de gente.
Somos queridos de imensa gente.
Os anos fazem-nos conhecer essa gente. E até temos o privilegio de seleccionar as companhias e ser íntimos muito para além da amizade.
Depois os anos passam. Mas os amigos conservam-se e a gente sempre aparece, quanto mais não seja no dia de mais um aniversário.
É lindo quando se lembram. Uns porque já são parte da família construída com o andar do tempo.
Outros, que se cruzam com o decorrer do tempo, em qualquer esquina. Ou no bar do Faria.
E poucos, que se mantêm no cantinho das lembranças, porque fazem parte desse tempo, que paulatinamente caminha e engrossa já os anos de uma vida bonita.
Cinquenta anos feitos há dois dias.
Meu Deus parece que ainda nasci no outro dia.
Nesse dia onde ainda se falava em surdina e brincava com carrinhos de puxar à corda, carregados de terra que não deixava brotar erva.
Agora longe, mas bem perto desse tempo. Ficam as lembranças desse mar de gente!

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