sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Apanho o Bus 628 e 615




Pelas seis e oito da manhã, apanho o autocarro 628 com destino ao centro da cidade.
Nunca andei de autocarro para ir trabalhar, mas a experiência tem sido agradável.
Dez minutos depois, olhando às paragens e semáforos que regulam o trânsito. Saio no coração de Wuppertal.
Uma corrida a pé, pelo meio peço um café, que vou tomando enquanto não chego ao autocarro que me vai levar ao local onde trabalho.
 Claro ainda é Verão e o tempo ajuda a caminhar levezinho. Sem muitas roupas que me irão proteger do frio, quando o Inverno surgir a rugir a sua ferocidade dolosa. Mas Deus queira que nessa altura o autocarro seja uma utopia.
Sento-me na paragem e vejo no placard, que dentro de três minutos chega o 615, que me levará subindo a periferia da cidade, à universidade onde exerço a minha actividade.
Uma jovem senta-se ao meu lado, de fones nos ouvidos espera que o bus a leve ao mesmo destino.
Hoje está cansada. Mal se senta, fecha os olhos tentando recuperar um pouco do sono que a abrigou interromper.
O dia desenrola-se na rotina do costume e pelas cinco e vinte, volto a retomar a dança do bus.
Só que nesta viagem de volta, já não corro para apanhar o autocarro que me levará a casa.
Deixo-me ficar pelo centro da cidade depois de deixar o 615, enquanto o tempo permite. E saboreio uma cerveja geladinha, mais um kebab, com bela vista para quem passa.
Meia hora de descanso, mirando o povo que se acotovela na praça.
Uma cidade a abarrotar de raças e entrelaçada em culturas.
Não faltando, viciados em drogas e álcool que se amontoam na entrada da estação e deambulando pelas ruas, repletas em hora de ponta.
Mães carregadas de filhos, berrando por uma guloseima bem exposta na vitrina, ao pé da entrada do centro comercial.
Isto só é possível, já que neste país os benefícios sociais são elevados e para famílias numerosas é um maná de euros, para olhar pela pequenada.
Dezoito e dezanove, volto a apanhar o 628, que me leva para casa esperando que a noite chegue e o sono me embale. E pelas seis e oito da manhã, apanho o autocarro 628 com destino ao centro da cidade.







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