Domingo, mais um!
Quando faltam muitos mais
para saborear a companhia de uma mão quentinha, com o calor vindo do coração.
Esperar por esse momento, é acumular
ansiedade regularmente. Dentro de quatro paredes fartas de tralha, só dando
lugar a uma cama que agasalha.
Só não desejo trapaças no meu trajecto que
tentam alterar o meu destino, já escrito nas pedras pontiagudas dos caminhos há
muitos anos percorridos.
As pessoas recolhem aos lares ainda a tarde
se ergue na plenitude do dia num tempo de folha caída, que arrasta os passos
dos que teimam em dar umas voltas pela periferia.
Estou longe, mas bem perto do meu país que se
esfalfa nas quezílias partidárias, onde o voto do povo não foi suficiente para
eleger um governo e ceder, é o ponto-chave, para avançar para a normalidade.
Estou longe, mas perto da gente miúda que dá
continuidade à herança dos antepassados e sentir que estão bem, é sinal que
tudo vai caminhando sob rodas.
E assim o Domingo vai passando, agora que o
aquecimento foi ligado para dar conforto aos que cá lutam pela vida, num
Inverno rigoroso que se anuncia.
Pouco ou nada posso fazer porque lá fora o
frio faz estremecer.
Aproveito para dobrar as roupas da semana e preparar-me para a noite que não tarda.
Aproveito para dobrar as roupas da semana e preparar-me para a noite que não tarda.
Acumulo conversas da treta, enquanto os
tachos vão ao lume para aquecer o almoço de horas atrás e nada mais me resta do
que esperar que a semana se vá depressa, para mais um Domingo que regressa.
O tempo sombrio e frio é duro de ultrapassar.
Mas nada posso fazer a não ser o que ele tem
de bom para oferecer: descansar e tirar umas boas sonecas, sonhando com o sol
ainda bem espelhado nos momentos recentes passados. Aqui, ou bem perto do mar
que me embalava.
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