domingo, 18 de outubro de 2015

Estou Longe




Domingo, mais um! 
Quando faltam muitos mais para saborear a companhia de uma mão quentinha, com o calor vindo do coração.
Esperar por esse momento, é acumular ansiedade regularmente. Dentro de quatro paredes fartas de tralha, só dando lugar a uma cama que agasalha.
Só não desejo trapaças no meu trajecto que tentam alterar o meu destino, já escrito nas pedras pontiagudas dos caminhos há muitos anos percorridos.
As pessoas recolhem aos lares ainda a tarde se ergue na plenitude do dia num tempo de folha caída, que arrasta os passos dos que teimam em dar umas voltas pela periferia.
Estou longe, mas bem perto do meu país que se esfalfa nas quezílias partidárias, onde o voto do povo não foi suficiente para eleger um governo e ceder, é o ponto-chave, para avançar para a normalidade.
Estou longe, mas perto da gente miúda que dá continuidade à herança dos antepassados e sentir que estão bem, é sinal que tudo vai caminhando sob rodas.
E assim o Domingo vai passando, agora que o aquecimento foi ligado para dar conforto aos que cá lutam pela vida, num Inverno rigoroso que se anuncia.
Pouco ou nada posso fazer porque lá fora o frio faz estremecer. 
Aproveito para dobrar as roupas da semana e preparar-me para a noite que não tarda.
Acumulo conversas da treta, enquanto os tachos vão ao lume para aquecer o almoço de horas atrás e nada mais me resta do que esperar que a semana se vá depressa, para mais um Domingo que regressa.
O tempo sombrio e frio é duro de ultrapassar.
Mas nada posso fazer a não ser o que ele tem de bom para oferecer: descansar e tirar umas boas sonecas, sonhando com o sol ainda bem espelhado nos momentos recentes passados. Aqui, ou bem perto do mar que me embalava.

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