Olho-te, sabendo que me separa de ti uma
eternidade de tempo. Quando já estivemos a contemplar laminados, os nossos
puros sorrisos!
Que posso fazer para te ter, uma mão cheia de
dias. Depois de meses, numa dolorosa inquietação.
Nada penso eu!
O meu destino foi traçado num tempo
amordaçado.
Ouvir a tua voz suave como uma pena e,
aveludada como um anjo que pousa na minha almofada amarrotada. É o carinho
intensamente desejado.
Impossível penso eu!
O meu destino foi traçado num tempo
amordaçado.
Já nem sonho desejar-te, como em tempos
passados. Que me tranquilizavam as penosas jornadas. Porque até os sonhos são
irrealizáveis.
O meu destino foi traçado num tempo
amordaçado.
Recolho-me nesta vida impraticável. Rodeada
de tormentos famintos pela oportunidade em aniquilar o esforço diário que faço,
na procura de um simples pólen de felicidade.
Quem sou eu?
Um elementar homem feito de trapos, para a
espaços, sugar o ar fresco da madrugada. Tão só, que nem sinto a alvorada.
Mas quem sou eu?
Nada penso eu!
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