domingo, 5 de junho de 2016

Nada penso Eu




Olho-te, sabendo que me separa de ti uma eternidade de tempo. Quando já estivemos a contemplar laminados, os nossos puros sorrisos!
Que posso fazer para te ter, uma mão cheia de dias. Depois de meses, numa dolorosa inquietação.
Nada penso eu!
O meu destino foi traçado num tempo amordaçado.
Ouvir a tua voz suave como uma pena e, aveludada como um anjo que pousa na minha almofada amarrotada. É o carinho intensamente desejado.
Impossível penso eu!
O meu destino foi traçado num tempo amordaçado.
Já nem sonho desejar-te, como em tempos passados. Que me tranquilizavam as penosas jornadas. Porque até os sonhos são irrealizáveis.
O meu destino foi traçado num tempo amordaçado.
Recolho-me nesta vida impraticável. Rodeada de tormentos famintos pela oportunidade em aniquilar o esforço diário que faço, na procura de um simples pólen de felicidade.
Quem sou eu?
Um elementar homem feito de trapos, para a espaços, sugar o ar fresco da madrugada. Tão só, que nem sinto a alvorada.
Mas quem sou eu?
Nada penso eu!

Sem comentários: